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Pesquisador analisa a evolução da economia rural de Rancharia

Portal Segs - 02 de outubro de 2015 - 15:00

A agropecuária se configurou historicamente como setor predominante na economia da Alta Sorocabana. Rancharia, município com maior extensão territorial da região, se destaca pelo vigor nas atividades ligadas à produção agrícolas. Exercendo ocupações dominantes na formação do espaço geográfico regional, algodão, pecuária bovina de corte e cana-de-açúcar constituíram-se como partes de circuitos de produção. No final do século XX, as reivindicações por reforma agrária apresentaram uma reorientação sobre a função social da terra, que resultou na criação de assentamentos rurais em diferentes pontos do território paulista e nacional nas últimas décadas. Neste ínterim, Rancharia recebeu as instalações que formaram as comunidades São Pedro e Nova Conquista.

No final do século XX, a economia do Oeste paulista apresentava baixa diversidade em sua produção agropecuária. A grande propriedade ocupada por vastas pastagens predominava na paisagem rural. As áreas urbanas da região, dependentes dos negócios do campo, pouco se desenvolveram, reflexo da alta concentração de renda e baixa empregabilidade do setor pecuário. Consequência desta realidade, avolumam-se os movimentos de reivindicação pela reforma agrária. Na Alta Sorocabana, com destaque para Teodoro Sampaio e Mirante do Paranapanema, concentrou-se a maior fatia destas mobilizações no Estado de São Paulo. De um lado, Presidente Epitácio e Presidente Bernardes, e de outro, Martinópolis e Rancharia completam os núcleos das mobilizações regionais, explicam os pesquisadores Danton Bini, do IEA e Silmara Bernardino da Silva, do Grupo de Pesquisa Produção do Espaço e Redefinições Regionais (Gasperr/Unesp).

Para compreender melhor os reflexos dessa mobilização, os pesquisadores discutem algumas implicações das mudanças na composição agropecuária das terras na municipalidade de Rancharia ocorridas neste início do século XXI, apoiando-se em estudos realizados pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA), com o objetivo de obter informações sobre as mudanças de ocupação do solo. Para conhecimento das modificações na estrutura fundiária de Rancharia, foram pesquisados os resultados dos Levantamentos Censitários das Unidades de Produção Agropecuária (Lupa), publicados em parceria com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati). No caso das estatísticas sobre os assentamentos rurais pesquisados, foram utilizadas referências da Fundação Instituto de Terras (Itesp).

Pesquisas como esta ajudam a compreender o processo de formação dos núcleos designados como Agricultura Familiar. Oferecer a este grupo informações qualificadas e acesso a tecnologia de ponta, além de orientação sobre produção agroecológica e acesso a linhas de crédito subsidiado, seja através do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) ou de projetos como o Microbacias II, permite que o agricultor modernize seus equipamentos e instalações “Esse é um processo de empoderamento do pequeno produtor para que desenvolva seu potencial e deixe de ser visto como um indivíduo que precisa ser protegido e passe a ocupar o lugar que lhe compete dentro do sistema de produção”, concluiu Arnaldo Jardim.

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