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Mundo Fitness: pesquisa sugere terapias na água para prevenir quedas de idosos

Mundo Fitness

Educação Física.org - 05 de maio de 2022 - 11:00

Mundo Fitness: pesquisa sugere terapias na água para prevenir quedas de idosos

Quedas dentro de casa ou em uma simples caminhada pela rua são, para um idoso, motivos para real preocupação. Afinal, o corpo está mais frágil e qualquer trauma pode representar implicações significativas para a pessoa: dificuldades para caminhar, propensão à adquirir doenças mais graves, depender excessivamente de médicos e familiares e outros fatores.

Segundo Juliana Monteiro, fisioterapeuta e pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), a maioria dos idosos tem uma perda de equilíbrio, força muscular e mobilidade que pode levá-los a cair – e as quedas fazem com que essas pessoas adquiram outras doenças e suas complicações. Tendo isto em vista, Juliana desenvolveu um trabalho de prevenção de quedas para idosos através da hidroterapia.

Com o uso de terapias dentro da água, a pesquisadora buscou montar um trabalho preventivo de força, habilidade e equilíbrio para pessoas de idade avançada. A pesquisa foi desenvolvida em algumas etapas. Primeiro, foram medidas a força muscular e a mobilidade dos músculos considerados mais importantes em 16 idosos sedentários, de idades entre 65 e 70 anos. Após um processo de adaptação ao meio aquático, foram feitos exercícios por quatro meses dentro de uma piscina aquecida. Passado este período, as medidas iniciais foram recontadas, e foi aí que se detectaram os benefícios. Juliana acrescenta que a melhora da mobilidade faz com que o paciente melhore seu equilíbrio, e este conjunto de fatores leva à prevenção das quedas.

Quando se trata de pacientes de idade avançada, a importância dos exercícios serem feitos na água são grandes. Fora do ambiente aquático, seria muito difícil a execução dos movimentos propostos pelo programa, além da existência da possibilidade de lesões nas articulações e sobrecarga nas pernas. A temperatura da água também conta, ela é mantida alta (em torno de 36ºC) para diminuir as dores trazidas pelos pacientes.

Junto destes fatores está a informalidade do ambiente onde a hidroterapia é feita, que melhora a sociabilidade dos participantes do programa. Na piscina, a fisioterapeuta, de maiô e chinelos, não intimida o paciente e acaba “entrando para a família”.

Os exercícios

Segundo Juliana, existem pacientes que amam e outros que odeiam a água. Na primeira sessão do seu projeto, muitos sentiam insegurança e não se movimentavam muito. A situação não permitia a execução dos movimentos, e então um trabalho de adaptação foi feito “para que eles pudessem aproveitar toda a liberdade da água”, conta a fisioterapeuta. Após este período inicial, os exercícios realizados são simples. Entre saltos e caminhadas, os membros inferiores e superiores são fortalecidos.

Depoimentos

Após 30 sessões, a pesquisadora coletou depoimentos dos pacientes. Uma das participantes da pesquisa, que com a invalidez e o abandono da família chorava muito, conta que seu quadro emocional teve melhoras significativas. Alguns relatam que notaram os benefícios financeiros do exercício físico, pois diminuíram o número de remédios que tomavam e as dores que sentiam – os custos dos remédios eram superiores aos pagos em academias de hidroginástica.

Um dos depoimentos mais bonitos, segundo a fisioterapieuta, veio por conta de uma das atitudes mais simples. Uma paciente contou que escolheu saltar uma poça d´água que tinha em seu caminho, ao invés de dar a volta para poder passar, como fazia rotineiramente. Uma atitude tão corriqueira mostrou que aquelas sessões semanais tinham dado confiança para alguém que se sentia inválida.

O balanço final foi que a junção dos benefícios físicos, emocionais e financeiros, dos exercícios físicos praticados por idosos, pode fazer com que eles melhorem sua qualidade de vida, indo além dos objetivos iniciais da pesquisa.

Texto:

Amanda Demetrio / USP Online

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