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Pesquisa reforça que mulheres têm adiado a maternidade

Campo Grande News/ Fernanda Mathias - 02 de junho de 2010 - 13:59

A pesquisa do Registro Civil de 2008, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirma uma tendência já apontada em estudos anteriores: as mulheres estão adiando cada vez mais a maternidade.

Em Mato Grosso do Sul, a pesquisa de 2004 mostrava que somente 12,6% dos registros de nascimentos eram referentes a crianças nascidas de mães com idade entre 30 e 34 anos, percentual que passou a 15% quatro anos depois. Com mães de 35 a 39 anos a taxa passou de 5,4% a 6,3%.

Já os nascidos de mães com menos de 20 anos diminuíram de 24,1% a 22,3%. Na faixa etária de 20 a 24 anos o índice também caiu de 32,4% a 29,3%, ao passo em que aumentou de 23,5% a 25,5% o número de crianças nascidas de mães com idade de 25 a 29 anos.

A ginecologista e obstetra Tatina Serra da Cruz, que integra a diretoria da Sogomat-Sul (Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, seccional de Mato Grosso do Sul), afirma que nos consultórios é menor o número de gestações entre adolescentes, embora o problema ainda exista.

Carreira – Quanto ao adiamento da maternidade, ela avalia que muitas vezes ocorre porque as mulheres estão focando mais a carreira, se dedicando ao trabalho e estudos por mais tempo e procurando se estruturar profissional e financeiramente para então partir para a maternidade.

Ela lembra, porém, que é preciso levar em conta que a partir dos 35 anos a taxa de fertilidade começa a diminuir e conforme a idade avança a mulher pode desenvolver patologias, como hipertensão e diabetes. “Isso, porém é uma questão muito particular, depende do histórico familiar de cada mulher”, pondera.

Além disso, a partir dos 35 anos aumentam os riscos de anomalias cromossômicas, como a síndrome de down, por exemplo. “E isso é independente de a mulher estar no primeiro, segundo ou terceiro filho. Tem pessoas que dizem que se tiver o primeiro filho não há risco, mas é um mito”, alerta.

Tatiana lembra que, apesar destes fatores, há muitas mulheres que conseguem ter gestações sem problemas após os 35 anos.

Grávida aos 30 – Para a personal trainer, Flávia Mota Macuco Attílio, a maternidade veio no tempo certo, aos 30 anos. Ela conta que casou com 25 anos e se programou para ser mãe depois de alcançar os objetivos profissionais e “curtir” a vida a dois, só com o marido.

“Primeiro fiz duas faculdades e uma pós, para entrar no mercado de trabalho, porque sou profissional liberal e precisava me organizar materialmente”, conta.

Depois da chegada de Júlia, hoje com seis meses, ela conta que os hábitos mudaram, mas não deixou de fazer as coisas que gosta e agora tem companhia extra para as viagens. “Eu me organizo para não ter privações. Já viajamos com a Júlia duas vezes. Lógico que não vou para uma boate com ela, mas a gente sai, janta junto, por exemplo”, diz.

Após 14 anos tomando anticoncepcionais e acompanhar experiências de mulheres que não conseguiram engravidar após os 30 anos, Flávia revela que ficou apreensiva, mas dois ou três meses após iniciar as tentativas já veio a confirmação da gestação.

“Minha ginecologista me orientou a nos primeiros dois meses após suspensão do anticoncepcional a usar outros meios contraceptivos, para ‘limpar o corpo’ do excesso de hormônios. Ela me tranqüilizou sobre as chances de engravidar e foi muito importante nesse processo”, conta.

Assim como a maternidade, o casamento também está sendo adiado, especialmente entre as mulheres. Enquanto no ano de 1998 a idade média dos homens na data do casamento era e 27 anos, 10 anos depois passou a 28 anos. Já das mulheres passou de 23 a 26 anos.


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