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Pesquisa eleitoral não é decisiva, dizem institutos

Agência Câmara - 19 de novembro de 2003 - 07:07

Até que ponto as pesquisas eleitorais influenciam o eleitor? Elas são confiáveis? Existe transparência na elaboração e divulgação dos dados ou as pesquisas são manipuladas? Essas foram questões levantadas hoje na última audiência pública da Comissão Especial da Reforma Política da Câmara Federal , que contou com a participação de representantes de cinco institutos de pesquisa.
Eles foram unânimes ao afirmar que as pesquisas eleitorais são apenas uma entre milhares de informações colocadas à disposição do eleitor. Para a representante da Associação Nacional das Empresas de Pesquisa, Adélia Franceschini, é "pobre" a avaliação de que a pesquisa encaminha o voto ou que o eleitor acaba votando no primeiro indicado. "O que pode acontecer é um reposicionamento do eleitor, que tem todo o direito de se informar sobre a posição dos candidatos", disse.

DATAFOLHA
O representante do Datafolha, Mauro Francisco Paulino, disse que desde 1994 o instituto analisa o que o eleitor faz com o resultado da pesquisa eleitoral. Segundo ele, 15% admitem levar em consideração a pesquisa para a definição do voto, e só 2% admitem votar no primeiro colocado na pesquisa. Há também os que votam nos candidatos com menos chances. "É legítimo que o eleitorado tenha acesso a essas informações, que em conjunto com outras o ajudarão a se decidir", disse.
A representante da Sociedade Brasileira de Pesquisadores de Mercado e Mídia, Raquel Moreno, sugeriu a regulamentação da profissão de pesquisador que, hoje, segundo ela, é exercida por qualquer um. Raquel defendeu também a criação de um Conselho Consultivo, com a participação dos pesquisadores e daqueles que não estejam envolvidos na eleição.

MUDANÇAS
Os representantes dos institutos defenderam mudanças na legislação. Hoje, por exemplo, a pesquisa deve ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral cinco dias antes da divulgação. Para a representante do Ibope, Márcia Cavallari, o prazo é longo e dá margem para que um outro instituto antecipe a mesma pesquisa.
"Qualquer instituto consegue fazer uma pesquisa em menos de cinco dias", disse. Ela alertou também para a possibilidade de uso privilegiado e indevido de informações de uma pesquisa ainda não divulgada. "Alguém pode negociar dólares ou ações com esse tipo de informação", advertiu.
Cavallari elogiou, como ponto positivo da lei vigente, o dispositivo que inibe a atuação dos chamados Institutos de Ocasião, que aparecem apenas no período eleitoral e somem depois.

RIGOR E CREDIBILIDADE
A representante da Associação Nacional das Empresas de Pesquisa, Adélia Franceschini, garantiu que as pesquisas eleitorais são tratadas com rigor, porque apesar de representarem apenas 10% do faturamento do instituto, significam muito em termos de conquista de credibilidade.
Para ela, há três tipos de pontos de vista sobre as pesquisas eleitorais. O primeiro é o do político, que defende os resultados quando esses lhe são favoráveis, e os critica em caso contrário. O segundo é o do jornalista, que tem dificuldade em aceitar a inexistência de novidades. E o terceiro é o do técnico de pesquisa, que, preocupado com a exatidão das informações, tem problemas em aceitar mudanças.



Reportagem - Poliani Castello Branco
Edição – Luiz Claudio Pinheiro


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