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Geral

Pesquisa do IBGE constata desigualdades

Rafael Gasparotto e Marina Domingos/ABr - 13 de abril de 2004 - 10:39

O Brasil apresentou melhorias em vários indicadores sociais, mas ainda é um país com muitas desigualdades entre ricos e pobres. Esta é a síntese da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados indicam que a população tem maior acesso a serviços de educação e saúde, o que explica a queda nas taxas de analfabetismo, natalidade e mortalidade. Estas melhorias também se refletem no envelhecimento dos brasileiros, que hoje tem seu maior percentual na faixa entre 30 e 49 anos.

Mas ainda há motivos para preocupação, como o fato de 20% das crianças nascidas em 2002 serem de mulheres com menos de 20 anos, o que atrapalha o rendimento escolar. E houve um aumento de 95% nas taxas de homicídios por armas de fogo, que têm como principais vítimas homens entre 15 e 24 anos – faixa de idade em que iniciam suas atividades no mercado de trabalho.

Saneamento

De acordo com a PNAD/2002, os serviços de abastecimento de água e canalização interna são satisfatórios em 89,3% das moradias brasileiras na zona urbana. Nas regiões Sudeste e Sul chegam a índices de 95,4% e 94,3% respectivamente, mas a região Norte registrou a pior situação, com apenas 56,4% das casas recebendo esses serviços.

No Rio de Janeiro se encontra o pior cenário. A região metropolitana da cidade tem cerca de 335 mil domicílios sem água encanada e, se multiplicado pelo número de moradores em cada domicílio (3,1), esse número salta para 1 milhão de pessoas sem uma fonte segura de abastecimento de água. Poços e nascentes são utilizados, em sua maioria, sem higiene.

De acordo com o sociólogo Márcio Cunha, do IBGE, o grande problema ainda é a falta de investimentos em saneamento básico nos últimos anos. “O problema se situa nas regiões metropolitanas, como no Rio de Janeiro, que ficou anos sem políticas direcionadas, sem investimentos e campanhas sobre água”, disse o sociólogo, também especialista em planejamento urbano.

A chefe da Divisão de Indicadores Sociais do IBGE, Ana Lúcia Sabóia, resumiu o conteúdo da pesquisa. “Os indicadores sociais recentes mostram que houve uma melhoria em várias áreas no Brasil, como educação e saneamento, mas ao comparar os indicadores para os estados e entre ricos e pobres, ainda é possível verificar que a desigualdade continua sendo o traço mais marcante da sociedade brasileira”.

A PNAD é realizada anualmente e visita 110 mil domicílios por amostragem em todo o país, exceto nas áreas rurais da região Norte.

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