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Pesquisa constata altos índices de sobrepeso nas escolas

Agência Notisa - 19 de maio de 2006 - 07:27

Dados mostram diferenças entre estudantes de escolas particulares e públicas, com maiores prevalências de excesso de gordura corporal nas crianças de melhores níveis sócio-econômicos.

O sobrepeso e a obesidade são problemas de saúde pública e nos últimos 30 anos vêm acometendo cada vez mais pessoas – tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Vale destacar que quanto maior a prevalência da gordura corporal excessiva na infância, maiores serão as chances de a criança desenvolver precocemente problemas de saúde – como, por exemplo, diabetes e hipertensão – e de se tornar um adulto obeso. Nesse sentido, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) resolveram descrever as prevalências de sobrepeso e obesidade em 10.822 alunos, com idade entre 7 e 10 anos, de 28 escolas públicas e 50 particulares de Santos (SP), comparando os resultados obtidos em relação ao sexo, idade e tipo de escola.

As crianças foram submetidas a medições de massa corporal e estatura, no período de agosto a novembro de 2002. De acordo com artigo publicado na edição de fevereiro de 2006 dos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, “a apresentação dos resultados do estudo, identificando as elevadas prevalências de sobrepeso e obesidade em escolares de Santos, poderá servir de incentivo à implementação de políticas públicas e ações da iniciativa privada com o intuito de modificar o quadro atual, pois reduzir a prevalência de obesidade significa reduzir todos os riscos à saúde a ela associados. Além disso, estes dados poderão servir como linha de base para a verificação da tendência destas prevalências e da efetividade de ações de intervenção”.

Os resultados mostram que as prevalências totais de sobrepeso e obesidade, incluindo escolas públicas e particulares, foram de 15,7% e de 18,0%, respectivamente. Houve maior prevalência de sobrepeso e obesidade nos alunos das escolas particulares. Os especialistas explicam que “a maior prevalência de obesidade encontrada nas escolas particulares pode ser explicada pela associação entre excesso de gordura corporal e níveis sócio-econômicos mais elevados, o que ainda é esperado em países em desenvolvimento”. No que diz respeito ao gênero, no sexo masculino, os valores encontrados foram de 14,8% para o sobrepeso, e de 20,3% para a obesidade. Já no feminino, de 16,6% e de 15,8%, respectivamente. “Na comparação entre o sexo masculino e o feminino, o sobrepeso foi significantemente mais prevalente nas meninas do que nos meninos; já para a obesidade, a prevalência foi significantemente maior nos meninos do que nas meninas”, afirmam no artigo.

De acordo com a equipe, os resultados encontrados mostram elevadas prevalências de sobrepeso e obesidade em escolares da cidade de Santos, confirmando que o excesso de gordura corporal entre crianças brasileiras aumentou nas últimas décadas e se tornou um problema de saúde que deve ser visto com mais atenção na cidade. “Considerando a associação existente entre o excesso de gordura corporal e efeitos danosos à saúde, bem como com o aumento das causas de morbimortalidade, além do fato de a obesidade surgida na infância normalmente acompanhar os indivíduos até a vida adulta, torna-se evidente a necessidade de ações preventivas desde as idades mais precoces. Nesse sentido, a escola deve ocupar papel de destaque tanto em relação à orientação de hábitos alimentares quanto à prática de exercícios físicos”, destacam os pesquisadores no artigo.

Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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