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Geral

Perdeu os filhos, o marido e viveu 2º milagre em um acidente trágico

Luana Rodrigues, Campo Grande News - 05 de outubro de 2015 - 12:58

Hellen Rollon de Souza Duarte, em foto de arquivo pessoal. (Foto: Reprodução/Facebook)
Hellen Rollon de Souza Duarte, em foto de arquivo pessoal. (Foto: Reprodução/Facebook)

"Você é casada? tem marido, filhos? Então, ela perdeu a família, está destruída." Foi assim a resposta do pai de Hellen Rollon de Souza Duarte, João Batista, 56 anos, diante da primeira pergunta da entrevista. Mãe de Gabriela Duarte de Souza, de 8 anos, e Lucas Duarte de Souza, de 12 anos. Além de esposa do pastor Wanderson Duarte de 31 anos, Hellen perdeu a família em um trágico acidente na BR- 262, causado por um motorista embriagado.

No carro também estava a pastora Jocelise Pereira, mas Hellen foi a única sobrevivente, o que para a família é um milagre. Isso porque, há pouco mais de um mês, ela havia tido um problema no cérebro, algo que os médicos caracterizaram como "trombose cerebral". Ficou internada, entre a vida e a morte. "Ele(Wanderson) ficou o tempo todo do lado dela, não suportava a ideia de perdê-la, fez de tudo. Ela também foi muito forte, lutou pela vida, pela família, para os filhos", conta a irmã de Wanderson, Josiane Duarte, 41.

Hellen passou a viver uma vida de restrições, não podia fazer exercícios físicos, muito menos cair e bater a cabeça. "Ela foi arremessada há quase 80 metros e foi a única que sobreviveu. Temos certeza de que tudo que aconteceu foi porque Deus permitiu, mas com um propósito muito maior que só vamos saber lá na frente", explica a irmã de Hellen, Emillin Rollon, muito emocionada.

A mãe não estava no velório hoje pela manhã, mas passou a noite ao lado do marido e dos filhos, por quem ela ainda chama, como se fossem voltar a qualquer momento.


De fé - "Eu creio que eles não sofreram, porque quem é de Deus, não vê a morte", acredita Emillin. Foi na casa dela que a família ficou no último sábado(03), quando veio a Campo Grande. O convívio com os sobrinhos e o cunhado são desde o tempo de namorado dele com a irmã. "Ele sempre foi da igreja, conheceu minha irmã lá. No começo ela não queria, mas ele insistia e acreditava", disse.

Irmã de Wanderson, Daniela de Cássia, diz que a persistência vem desde pequeno. "Com 11 anos ele pegou um carrinho de picolé foi pra rua vender pra ajudar a mãe", explica. Criança sorridente, mas tranquilo e um pouco tímido, assim cresceu o pastor que quando subia no altar mudava completamente. "Ele falava pouco, mas quando falava era pela obra de Deus".

Do amor de Wanderson por Hellen, vieram Lucas e Gabi. Segundo Emillin, o primeiro já dizia que iria seguir o caminho do pai. "Eram muito parecidos", diz. No sábado, Lucas fez um desenho: "Ele desenhou três rostos, dois maiores e um menor, com os olhos fechados e sorrindo e escreveu a frase 'Deus é o caminho', e é para nós", completa a tia.

A menina, "uma princesa muito inocente ainda, tinha medo das barbies até esses dias, quando peguei ela brincando com as bonecas, que pediu para guardar", conta.

O que Wanderson e os filhos deixam para os familiares? "A fé por Jesus e o amor pela família". Mas alguém lembrou e escreveu a frase imprensa na faixa de uma das três coroas no funeral, "muito parecida com ele": "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé." - II Timóteo 4. 7.

O seputalmento está marcado para às 14h30, no cemitério Memorial Park, na rua Francisco dos Anjos, 670, bairro Universitário.

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