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Pelarin afirma: Uma "Rio Preto" infestada de drogas

Evandro Pelarin, no Facebook - 25 de março de 2015 - 07:18

O juiz Evandro Pelarin escreveu em seu Facebook sobre as drogas em São José do Rio Preto.
O juiz Evandro Pelarin escreveu em seu Facebook sobre as drogas em São José do Rio Preto.

Amigos. Ontem, o Tenente PM Danilo e sua equipe, das forças especiais da CAEP (algo como o BOPE da PM de SP), que nos levava à escola do Bairro Nova Esperança, no trajeto, passou em algumas "bocadas" e biqueiras. Uns três quarteirões antes de uma tal de "mureta", no bairro Sto Antonio, ele disse: "Dr. Vamos acelerar a viatura agora, virar à esquerda ali e vamos pegar um moleque no tráfico". Pensei, será que é tão na cara assim? Não deu outra. Pá! Um menino de 15 anos com diversos pinos de cocaína perambulando pela rua à espera dos consumidores.


Passamos em lugares cujo tráfico é a céu aberto. Ruas onde há especialidades: uma rua é de maconha, outra de cocaína e outra de crack. Parece inacreditável. Mas é a realidade. Uma Rio Preto gigantesca, em extensão territorial, em número de habitantes, em casebres e miséria, muito diferente da Andaló e adjacências, dos Damhas e da zona sul. Parece morro do Rio de Janeiro.


Pior: o tráfico se estruturou da seguinte forma, em quase todas as "firmas" da zona norte: o traficante, dono do dinheiro, nunca aparece. Nunca está ali nos bairros. Ele contrata o que eles chamam de "testa de ferro". Esse contrata os menores em grupo de 4, 5 ou mais moleques, que fazem a "correria", ficando nas esquinas, aguardando os consumidores (que pra mim são os maiores responsáveis por essa tragédia, pois compram drogas de menores para seus vícios e não estão nem aí, financiando essa desgraça toda). Os menores de 18 anos foram definitivamente instrumentalizados pelo tráfico na zona norte de Rio Preto.


Eu gravei o menino apreendido. O moleque, no vídeo, relatou exatamente como escrevi acima a estrutra da "firma". Falou que cada moleque desse ganha mais de 100 reais por dia. O do vídeo, apreendido, confessou que ganha 150. Nenhum deles estuda. Vivem o dia inteiro por conta do tráfico. Aliás, como disse o Tenente, já se cristalizou uma "cultura" onde a droga é o centro das atividades cotidianas dessa molecada, que ganha muito e sente cedo uma espécie de "poder" e a adrenalina da transgressão.


Eu não tenho a "solução" para essa tragédia. Só sei que o narcotráfico está dominando este país, que corre sério risco de virar uma Colômbia ou muito pior que isso.


De nossa parte, quero deixar registrado que as polícias trabalham muito. Prendem muito. Mas o tráfico se regenera rapidamente. Prende um, vem dois. Isso porque a demanda pelo produto é enorme. É a lei da oferta e da procura. Se tem muita gente querendo e pagando, óbvio que vai ter gente faturando na venda e colocando no mercado.


Aliás, a "cultura" das drogas, da liberação, do laxismo e do hedonismo, nos entorpecentes, dominou mentes e corações. Enquanto os bacanas da classe média e classe alta (não só eles) cheiram seu pó em segurança e (alguns) ficam defendendo a liberação, o tráfico vai se alastrando nessa onda de "liberdade" para se drogar e corrompendo menores para vender para esses bacanas.


Meus amigos. Cada um com o seu pensamento. Eu sou contra a legalização das drogas. Sou a favor de prisão de 30 anos para traficante. Sou a favor do retorno do crime para posse de drogas para consumo. Sou a favor da redução da idade penal para 16 anos. Sou a favor do trabalho para maiores de 12 anos (como estava originalmente na nossa Constituição Federal de 1988). Sou favorável à construção de mais presídios de segurança máxima e com trabalhos obrigatórios aos presos, de preferência, na Amazônia. Aliás, ao contrário de hoje, que, se trabalhar, desconta dias da pena, eu defendo que, se não trabalhar, o preso pode levar mais dias de cana. Sou favorável, integralmente, ao movimento da Lei e da Ordem, pela tolerância zero.


É assim que penso.


- Evandro Pelarin -

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