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Pedalando, casal saiu de São Paulo para chegar até Cuiabá

Midiamax - 22 de agosto de 2015 - 13:00

Pedalando, casal saiu de São Paulo para chegar até Cuiabá

Uma paixão em comum une o casal Carlos Croh e Cláudia Hallage: a bike. Paulistanos, ele com 39 e ela com 36 anos, o fotógrafo e a jornalista são cicloativistas e apaixonados por aventura. A nossa ida até eles foi fundamental para contar, senão, a maior aventura de suas vidas: viajar pedalando.

Até o momento, reúnem 14 dias pedalando desde que saíram da cidade de São Paulo e chegaram a Campo Grande, na tarde desta sexta-feira (21). Eles saíram no dia 1º de agosto de suas casas para vivenciarem a Expedição CicloAmérica, que tem como objetivo, pedalar até a capital do Estado vizinho, Cuiabá, só que, sentindo a brisa da Bolívia.

Munido de capacetes de proteção, luvas (ele no caso) e mochilas dos dois lados carregadas de roupas, alimentos, uma barraca e o diário de bordo escrito à mão, o casal de noivos também se aventura como pode e ainda arrisca o nome de suas 'magrelas'. “A minha é a Frankstenha e a dela chama Seriguela”, diz. Destacada, além da Bandeira do Brasil, a do Estado de São Paulo e a da Bolívia marcam a bike dos amados.Em todas as cidades que pararam, o casal é recepcionado por ciclistas amigos ou amigos de ciclistas amigosEm todas as cidades que pararam, o casal é recepcionado por ciclistas amigos ou amigos de ciclistas amigos

Segundo Carlos, a viagem era um sonho antigo. Sua noiva também embarcou na onda e resolveu aderir ao sonho. Se foi por amor? Bem, ela garante que 'também'. “Somos ciclistas com orgulho, temos carro em casa, mas priorizamos fazer tudo de bike...a partir do momento que deixamos o carro em casa e que passamos pelo ponto de ônibus e pedalamos, temos outra percepção da cidade; na verdade, começamos a viver a cidade de fato”, pontua Cláudia.

Até o momento, já somam mais de 700 quilômetros pedalando. Quando pergunto da coragem que têm, ambos respondem ao mesmo tempo: “Doido é quem fica quatro horas num congestionamento parado esperando ir pra casa”, falando do trânsito caótico que vivem em SP.

Os aventureiros saíram de SP e no primeiro dia pedalaram 120 quilômetros até Itu, onde ficaram acampados nos parceiros do Projeto Mucky. De lá, foram até Porto Feliz e seguiram até Cerquilho. De Conchas até Botucatu resolveram pegar um ônibus, por conta do perigo da estrada e continuaram a pedalar de Lençóis Paulistas a Bauru. De lá, passaram por Pirajuí, Lins e em Araçatuba, foi o ápice para que Cláudia tivesse um minisurto onde o fizeram pegar carona até a próxima cidade. “Não sei o que dizer, porque ali vi que meu corpo cansou, mas foi uma sensação inexplicável, a do caso de não conseguir pedalar mais 20 quilômetros para chegar até a próxima cidade, mas superei e cá estou, pronta pra outra”, diz.

Ali, naquele momento, Carlos viu que a meta seria então pedalar 60 quilômetros por dia. “Não tínhamos roteiro de dia, hora, temos um roteiro amplo e vamos sentindo-o conforme seguimos, e nessa hora, percebi que iríamos aguentar os 60 km/dia, e assim vamos, até o destino final”, explica.

Vale lembrar que as bikes - cada uma tem ao todo mais de 50 quilômetros de peso e, para ambos, o pedalar é válido somente de segunda a sexta-feira, preservando o fim de semana para descanso. “É preciso dar um descanso para os músculos, é importante eles 'respirarem'”.

Sobre serem aventureiros, eles dizem que sim. “Nós trabalhamos com freela em São Paulo então nós que fazemos nossos horários e, fazia 15 anos que não tirava umas férias assim, resolvi me dar essas férias e junto dela”, comemora Carlos.

De Campo Grande, o casal segue para Corumbá e de lá, quer percorrer a Bolívia. A previsão de chegada a Cuiabá é até o fim de setembro. “Não temos pressa, horários e pressão, vamos no nosso tempo”, lembra.

Sobre as iluminuras da viagem, Cláudia diz que o sorriso de uma adolescente de Araçatuba, quando descobriu o jeito que eles estariam viajando foi o que 'pagou' a viagem. E, sobre um costume que eles observaram, por serem viajantes de bike, foi em cumprimentar um mendigo em cima da bicicleta.

“Você dá bom dia pra eles e eles respondem felizes, isso é muito bacana e, também, sentir tudo que a natureza, a estrada e o tempo, você fica mais observador ao dia, são coisas assim que valem a pena, fora pedalar também”, diz.

Já sobre o maior desafio que enfrentaram até agora, para Cláudia, sem dúvida, foram as subidas da Rodovia Marechal Rondon. “Olha, essa de sobe e desce, sobe e desce é demais, se eu puder, não volto por esta rodovia”, brinca. Já Carlos tem uma teoria: “eu diria que o desafio mais divertido de viajar pedalando é uma subida atrás da outra”.

No Facebook, dá para acompanhar toda a viagem de Cláudia e Carlos. A página CicloAmérica já tem mais de 500 curtidas de amigos, admiradores e ciclistasativistas como eles.

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