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Geral

Pecuaristas se unem para formar cooperativa de abate e comércio de bovinos

Sindicato Rural, MNP - 11 de fevereiro de 2010 - 10:23

Iniciativa mostra vantagem de o pecuarista assumir a etapa da comercialização.

Artigo 1º

No final de agosto o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, José Lemos Monteiro, o conselheiro da entidade, Carlos Eduardo Dupas, e o coordenador da Área Técnica, João Borges, foram até Guarapuava, no Paraná, conhecer uma iniciativa inovadora em termos de cooperativa agropecuária.

Um grupo de 20 produtores se reuniu e formou a Cooperaliança, uma cooperativa fundada a partir de uma aliança mercadológica estratégica que abrange não só a produção mas o abate e a comercialização dos animais.

Segundo Dupas, depois de obter uma produção de qualidade com animais precoces, super precoces e hiper-precoces, os produtores decidiram investir na comercialização. Então se uniram em uma cooperativa que tem um perfil virtual, pois é formada por apenas seis funcionários, e passaram a utilizar a estrutura terceirizada de um frigorífico para realizar os abates. Conjuntamente, passaram a negociar diretamente com os supermercados e varejistas da região, obtendo um resultado de vendas animador.

A média de preço dos animais comercializados pelo grupo é de R$ 88 a arroba”, conta o conselheiro.Segundo Dupas, o rigor mantido pelos criadores na manutenção da qualidade da carne, aliado à união por meio da cooperativa, lhes garante poder de barganha na hora da comercialização. “Os supermercados bancaram os preços pela qualidade da carne”, enfatiza.

Há cerca de três anos a cooperativa mantém a regularidade da entrega de aproximadamente 200 carcaças por semana, sendo que o próximo passo almejado pelos produtores é trabalhar com a desossa, um modo de agregar ainda mais valor a carne produzida.

Se o nível de organização e os resultados obtidos pelo grupo impressionam, o mais surpreendente é que não se trata de grandes criadores. Conforme Dupas, a média das propriedades fica entre 160 a 200 hectares, pois a terra é cara nessa região.
Talvez por isso o empenho em elevar a produtividade.

“O presidente da cooperativa tem uma fazenda de apenas 60 hectares e abateu 700 animais no ano passado. O faturamento chegou a cerca de R$ 1 milhão”, enfatizou. O resultado é possível a partir da compra de bezerros e da criação confinada, com
a venda na faixa dos 12 e aos 18 meses.

De origem alemã, os pecuaristas da cooperativa se dedicam exclusivamente à atividade pecuária, comprando todos insumos necessários à criação.Na avaliação de Dupas, o sistema adotado pelos integrantes da Cooperaliança tem muito a ensinar aos produtores locais. “Não resolveria nossos problemas, mas tem algumas coisas que poderiam ser absorvidas pelos produtores locais, entre elas essa cadeia que culmina com a comercialização e a qualidade obtida com a precocidade dos animais”, enfatiza.

Os três representantes do Sindicato Rural de Campo Grande que conheceram a Cooperaliança preparam uma reunião de apresentação da iniciativa para os pecuaristas locais. “Uma experiência interessante na medida em que agrega valor ao produto”, define Dupas.

Artigo 2º

Consecarnes, será possível?

O Consecana harmonizou o setor sucroalcooleiro, o Conseleite já está sendo discutido com a
mesma finalidade. Quando chegara vez do boi? Fazem parte da cadeia da carne o criador, o
invernista, escritório de compra, frigorífico, atacadista de carnes, açougues e supermercados,
além, é claro, de sua majestade o consumidor. Cada elo da cadeia tem sua importância relativa, alguns podem ser suprimidos, porém a cadeia fica comprometida se não existir fornecedor de matéria-prima, indústria processadora e consumidor final. As dificuldades inerentes a cada parte é que determinam o aparecimento deste ou daquele elo intermediário.
Já existe um grupo que quer levar o garrote ao consumidor final. Será isso certo? Qual a razão
deste grupo ambicionar tal participação? Ousando responder essa difícil questão, a razão
seria a falta de entendimento, relacionamento sincero entre os elos, que tornou a cadeia fraca,
passível de deformidades. Não estamos perdidos, a vaca ainda não está no brejo, porém é chegada a hora da conversa. Vamos falar de preços de venda, unificados, padronizado em quilo vivo.

O bezerro custa R$ 3,00 o quilo vivo. O boi gordo custa R$ 2,33 o quilo vivo (base de cálculo 481Kg com 53% de rendimento são 255 kg de carcaça, 17 arrobas a R$ 66,00 apuramos
R$ 1.122,00, que dividido por 481 kg dá R$ 2,33). Na indústria frigorífica o boi vira carcaça que fica valendo:



Traseiro especial
Custa R$ 5,90 • 255 kg x 48% = 122.4X5,9 = 722,16
Dianteiro
Custa R$ 3,00 • 255 kg x 38% = 96,9x2,9 = 290,70
Ponta agulha (PA)
Custa R$ 4,50 • 255 kg x 14% = 35,7x4,5 = 160,65

Total R$ 1.173,51


R$ 1.173,51 divididos por 481 kg do boi = R$ 2,44 – preços de venda do frigorífico.
O frigorífico ainda aufere em cada carcaça de 255 kg outros 97,28 kg de sub-produtos que são vendidos separadamente, conforme Quadro 1, auferindo receita de R$ 135,00. A diferença de 2,44 para 2,33 = 0,11X 481 kg = R$ 52,91 somados aos R$ 135,00 = R$ 197,91 receita
total auferida pela indústria, por boi abatido.


MIÚDOS E SUBPRODUTOS • QUADRO 1
FRIGORIFICOS (kg carcaça 255)
PRODUTO REND. Carcaça % CARCAÇA 255 KG PREÇO KG (R$) VALOR/BOI (R$)
Cupim 1,1 2,81 4 11,24
Couro 15,5 39,53 1 39,53
Fígado 2 5,10 2,1 10,71
Coração 0,5 1,28 0,8 1,02
Rabada 0,5 1,28 5,5 7,04
Rim 0,2 0,51 0,5 0,26
Língua 0,4 1,02 2,1 2,14
Bucho 1,5 3,83 3 11,49
Carne Industrial 3 7,65 1,5 11,48
Diafragma 0,3 0,77 1,5 1,16
Barrigada 1 2,55 1,5 3,83
Buchinho 0,27 0,69 3,5 2,42
Retículo 0,15 0,38 2 0,76
Veia Aorta 0,05 0,13 4,2 0,55
Tendão 0,24 0,61 3,5 2,17
Lombinho 0,26 0,66 3 1,98
Sebo 5 12,75 1,4 17,85
Farinha de Carne 5,5 14,03 0,6 8,42
Farinha de Sangue 0,68 1,73 0,8 1,38
TOTAL 135,00


Em linguajem de produtor isso equivale dizer que a cada 1.000 bois abatidos o frigorífico aufere 168 bois como receita bruta. Esses dados já foram palestra no SRCG proferida pelo pesquisador da Embrapa Gelson Feijó. O consumidor final paga pelo nosso boi R$ 2.040,59. Essa importância
dividida pelos 481 kg de boi da fazenda dá R$ 4,24 por quilo. Veja
Quadro 2.

• QUADRO 2
FRIGORIFICOS (kg carcaça 255)
PRODUTO REND. Carcaça % CARCAÇA 255 KG PREÇO KG (R$) VALOR/BOI (R$)

TRASEIRO 48%
Filé Mignon 1,66 4,24 24,95 105,78
Contra Filé 5,60 14,25 12,59 179,40
Capa de Contrafilé 1,03 2,62 10,90 28,55
Coxão Mole 7,03 17,93 13,95 50,12
Coxão Duro 4,22 10,76 11,80 129,96
Lagarto 1,92 4,9 12,39 60,71
Patinho 3,94 10,05 13,20 132,66
ALCATRA/Picanha 1,13 2,89 37,90 109,53
ALCATRA/Miolo 2,91 7,43 11,90 88,41
ALCATRA/Maminha 1,08 2,74 18,95 51,92
Fraldinha 0,80 2,04 9,90 20,19
Músculo 3,00 7,66 6,00 45,96
Retalho 3,04 7,76 5,59 43,37
Sebo 1,67 4,26 0,40 1,70
Osso 8,97 22,88 0,40 9,12
DIANTEIRO 38%
Acém 12,74 32,48 9,35 303,68
Paleta com musc. 10,89 27,78 6,39 177,51
Peito - granito 4,64 11,82 5,99 70,80
Retalho 1,17 2,98 5,59 16,65
Sebo 0,76 1,95 0,40 0,78
Osso 7,80 19,89 0,40 7,95
PONTA DE AGULHA 14%
Costela 10,36 26,42 7,50 198,15
Retalho 0,30 0,77 5,59 4,30
Sebo 0,42 1,07 0,40 0,42
Osso 2,92 7,44 0,40 2,97
TOTAL 100 255 2.040,59

CONCLUSÃO O produtor não está ganhando dinheiro, posso assegurar. Veja custo de produção da arroba na pagina anterior. A indústria também não está ganhando dinheiro, pois se tivesse, não teríamos 16 indústrias fechadas, e tantos calotes em Mato Grosso do Sul. Porém, nada cresceu tanto como a indústria nesses últimos anos. O supermercado afirma que sua margem é de 1,8%, 2% no máximo.
Como essas afirmações não coincidem com os preços de venda dos elos da cadeia apresentados, é chegada a hora de conversarmos, se quisermos aumentar nossas vendas.


Artigo 3º

Entressafra com preços achatados, 2009 desastroso

A p e n a s dentro da porteira, com muita competência, trabalhamos, investimos, acreditamos, e o resultado obtido no pico da entressafra, nesse último novembro
foi o pior possível.
Conseguimos transformar a entressafra em safra, perdendo esforços e investimentos, pois em novembro de 2009 a indústria frigorífica pagou o pior preço do ano. (vide quadros)

NOVA MANEIRA DE COMERCIALIZAR GADO GORDO
COOPERATIVA VIRTUAL PARA VENDA CARNE
RELATORIO DE VENDAS PARA ABATE


Preço Obtido na Venda de Bois Gordos = Operações Venda à Vista
REFERENCIA 2000 CHS 2001 CHS 2002 CHS 2003 CHS 2004 CHS
Fartura Pasto JANEIRO 37,00 5 36,00 1 42,00 4 53,00 4 57,00 4
FEVEREIRO 35,50 4 36,00 1 42,00 4 53,00 4 56,00 3
MARÇO 33,50 2 36,00 1 41,50 3 52,00 3 54,00 1
ABRIL 33,00 1 39,00 4 40,00 2 51,00 2 55,00 2
MAIO 33,00 1 39,00 4 39,00 1 51,00 2 57,00 4
Restrição Pasto JUNHO 35,00 3 37,50 2 40,00 2 49,00 1 58,00 5
JULHO 37,50 6 38,50 3 40,00 2 51,00 2 58,00 5
AGOSTO 38,00 7 39,50 5 47,00 5 56,00 5 58,00 5
SETEMBRO 38,00 7 40,00 6 48,00 6 57,00 6 58/ 5
OUTUBRO 39,00 8 45,00 8 53,00 7 58,00 7 58,00 5
NOVEMBRO 38,00 7 44,00 7 57,00 9 58,00 7 59,00 6
F.P. DEZEMBRO 37,50 6 44,00 7 55,00 8 57,00 6 59,00 6


REFERENCIA 2005 CHS 2006 CHS 2007 CHS 2008 CHS 2009 CHS
Fartura Pasto JANEIRO 55,00 6 47,00 4 48,50 1 68,00 2 77,00 5
FEVEREIRO 54,00 5 44,00 2 49,50 2 67,00 1 72,00 4
MARÇO 51,00 3 44,50 3 51,00 3 68,00 2 69,00 2
ABRIL 50,00 2 43,50 1 51,00 3 70,00 3 72,00 4
MAIO 50,00 2 44,50 3 51,00 3 78,00 4 68,00 1
Restrição Pasto JUNHO 50,00 2 44,50 3 51,00 3 88,00 9 70,00 3
JULHO 48,00 1 43,50 1 56,00 4 86,00 7 72,00 4
AGOSTO 48,00 1 48,00 5 58,00 5 88,00 9 70,00 3
SETEMBRO 48,00 1 55,00 8 56,00 4 87,00 8 70,00 3
OUTUBRO 53,00 4 60,00 9 58,00 5 86,00 7 70,00 3
NOVEMBRO 53,00 4 54,00 7 68,00 6 80,00 6 68,00 1
F.P. DEZEMBRO 48,00 1 51,50 6 68,00 6 79,00 5 68,00 1

Os preços oferecidos ao produtor tiveram queda acentuada e aceitamos vender nosso roduto durante o ano muito abaixo do custo de produção, e ainda por necessidade de manter a renda, aumentamos em 2,4% o total de animais abatidos em MS atingindo a cifra de 3.104.603 cabeças.

Os preços no varejo não diminuíram e a dona de casa continua pagando os mesmos preços nos açougues e supermercados em um fluxo de consumo aceitável, onde constatamos com alegria, que a alimentação do brasileiro esta muito saudável, rica em proteína de nobre qualidade.

Aqui em Campo Grande assistimos a fusão de duas grandes indústrias e aguardamos com muita ansiedade a nova política a ser adotada pelo novo grande grupo.

Enquanto esperamos essas e outras definições, no fechamento anual de nossas contas percebemos nenhum resultado ou resultado negativo na atividade da pecuária nesse 2009.

Não temos nenhum fato novo, ou alguma perspectiva alvissareira para 2010, ano eleitoral com disputa acirrada.

A possibilidade da construção de uma pecuária lucrativa nos próximos anos, ainda está em nossas mãos, e se não fizermos nada continuaremos a empobrecer. O Sindicato Rural de

Campo grande está trabalhando em dois projetos principais visando lucratividade na pecuária.





CADASTRO COOPERATIVA DE CARNES


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Quantas cabeças de novilha por ano será disponibilizada?

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