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Pecuária: Irlanda faz denúncias e MS aciona o Itamaraty

Fernanda Mathias/Campo Grande News - 19 de outubro de 2007 - 10:06

Um problema diplomático entre o Brasil e a Irlanda está instalado. Segundo a secretária de Produção e Turismo de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa, uma equipe de jornalistas da Irlanda esteve no Brasil em maio e fez filmagens em Mato Grosso do Sul denunciando problemas na pecuária e o governo daquele país se aproveitou do material para pressionar para que a União Européia exclua o Brasil da relação de fornecedores de carne bovina para os países daquele continente. A secretária afirma que o Ministério das Relações Exteriores já foi acionado para conduzir a questão.

Tereza chegou ontem de Bruxelas, na Bélgica, sede da OIE (Organização Internacional de Epizootias), onde fez a defesa do Estado. Segundo ela, no dia 4 de novembro chega em Mato Grosso do Sul uma missão da União Européia que fará uma vistoria técnica em rebanhos do Estado. “Será uma visita pesada porque há uma forte pressão política do parlamento europeu. A Irlanda quer tirar o Brasil fora do circuito de exportadores usando inverdades sobre nosso sistema de produção e sanitário”, acusa a secretária.

A secretária afirma que uma equipe com dois jornalistas irlandeses esteve em maio no Brasil e entrou em Mato Grosso do Sul, na região de fronteira com o Paraguai, pelo Paraná. “Disseram que acharam coisas escabrosas”, diz. Para Tereza Cristina a atuação irlandesa fere os princípios de diplomacia porque o governo brasileiro não foi procurado. Tereza afirma que o vídeo forja uma realidade que não é a da pecuária de Mato Grosso do Sul.

Cita, por exemplo, que foram filmados acampamentos e informado que os funcionários de fazendas de pecuária do Estado vivem em condições precárias, sob lonas. “Disseram que usamos hormônio em nosso gado, que o sistema de rastreabilidade é inexistente, que vacinamos mal”, diz a secretária. Para ela, trata-se de manobra da Irlanda para o País se livrar de um importante concorrente, já que Mato Grosso do Sul, antes de perder status de área livre de febre aftosa respondia por mais de 50% das exportações brasileiras de carne bovina.

A Irlanda ficou em uma situação vantajosa com a confirmação dos focos de febre aftosa na Iglaterra, em setembro deste ano. Toda a Grã-Bretanha foi considerada "zona de alto risco", ficando portanto proibida de exportar gado vivo e produtos derivados, mas Irlanda do Norte não está incluída no embargo e pode exportar livremente para a União Européia.

Status – Em pleno auge das exportações de carne bovina, Mato Grosso do Sul perdeu em outubro de 2005 o status de área livre de febre aftosa, ao confirmar focos da doença em rebanhos de Eldorado, Mundo Novo e Japorã.

Desde então a pecuária do Estado que mais produz carne de bovinos vive uma prolongada angústia. É prevista para esta sexta-feira a divulgação de uma nova sorologia que vai mostrar se o vírus continua ou não circulando em Mato Grosso do Sul e pode ser a redenção para a pecuária. Está pré-agendada para dezembro uma visita da OIE (Organização Internacional de Epizootias) e se os indicativos forem todos positivos, afirma Tereza Cristina, a retomada do status pode ocorrer na reunião do órgão de fevereiro ou maio de 2008.

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