Deficiências de minerais ou excesso podem comprometer a produtividade dos bovinos de corte, afetando a fertilidade, o ganho de peso, a produção de leite, e, até mesmo, a digestão dos alimentos.



A produção de bovinos de corte no Rio Grande do Sul baseia-se na utilização de pastagens naturais, e os índices de produtividade desses animais variam de acordo com a qualidade dessas pastagens. Nesse, sentido a disponibilidade adequada de nutrientes é fundamental para manter resultados satisfatórios. A solução, quando há deficiências nutricionais é fazer suplementação mineral. Para isso, no entanto, é necessário conhecer antecipadamente a composição nutricional da pastagem. Sendo assim, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul resolveram os teores de ferro, manganês, cobre e zinco nas pastagens naturais da região dos Campos de Cima da terra (RS), em diferentes épocas do ano, e relacionar o perfil mineral destas pastagens com as necessidades nutricionais recomendadas para as diferentes categorias de bovinos de corte, a fim de estabelecer a necessidade ou não da suplementação dos minerais analisados.



De acordo com artigo publicado na edição de julho/agosto de 2005 da revista Ciência Rural, “baixa ingestão ou desbalanço dos minerais nos alimentos pode afetar negativamente a fertilidade, o ganho de peso, a produção de leite, e, em geral, a saúde dos animais. Além disso, as deficiências podem produzir impactos negativos sobre o crescimento microbiano, podendo, inclusive, induzir uma redução da digestão dos alimentos, dependendo da severidade da carência e da disponibilidade do mineral”.



No estudo, os pesquisadores constataram que existe uma nítida influência do clima na composição mineral e nutricional das pastagens: “isso indica a necessidade de avaliar os teores de minerais em diferentes estações do ano para ter de forma mais clara uma estimativa da sua composição”. Eles observaram teores suficientes de manganês e de ferro para todas as categorias de bovinos de corte analisadas. Entretanto, algumas amostras apresentaram níveis tóxicos aos animais. Em relação as teores de cobre, a equipe verificou que não são suficientes para todas as categorias de bovinos durante a primavera e no início do verão. Já os teores de zinco estiveram abaixo das exigências mínimas para bovinos de corte de forma geral: “a situação parece ser mais crítica na primavera, quando os teores médios de zinco encontrados não atingem nem a metade da quantidade necessária aos bovinos”.



Dessa forma, os pesquisadores ressaltam no artigo a importância de manter os nutrientes em níveis adequados. “As concentrações dos elementos essenciais devem ser mantidas dentro de limites estreitos para resguardar o funcionamento e a integridade dos tecidos, não ocorrendo prejuízos no crescimento, saúde e produtividade do animal”, explicam.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)