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Parkinson:Uso de medicamentos pode provocar sintomas

Assessoria / Ministério da Saúde - 02 de novembro de 2004 - 08:24

Tremores, lentidão de movimentos e dificuldades para exercer as atividades diárias. São esses os principais sintomas do mal de Parkinson. Ao senti-los, muitas pessoas acreditam que são portadoras da doença, mas podem estar enganadas. O uso de alguns medicamentos, especialmente por idosos, também causa esse tipo de reação adversa. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 25% dos pacientes que apresentam os sinais de Parkinson não têm a doença. Esse é mais um motivo para que a população acima de 50 anos – grupo mais atingido pelo mal de Parkinson – não use remédios sem orientação médica.

“Somente 75% dos casos ditos de parkinsonismo são verdadeiros; os outros 25% estão associados a diferentes causas, principalmente ao uso de medicamentos por pessoas idosas. A diferença é que, em muitos casos, quando essas pessoas suspendem a utilização dos remédios, os sinais desaparecem”, observa a coordenadora da Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Neidil Espínola da Costa.

Ela cita os neurolépticos, a cinarizina e alguns bloqueadores de canal de cálcio como exemplos de medicamentos que causam os mesmo sintomas do mal de Parkinson, quando usados além do período receitado pelos médicos. “Esses remédios são receitados freqüentemente para diferentes agravos, mas devem ser usados com orientação médica e por tempo determinado”, reforça.

Estima-se que existam cerca de 200 mil casos de mal de Parkinson no Brasil. A maior parte está concentrada nas regiões Sudeste (principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul, responsável por um total estimado de 64 mil casos. De acordo com dados internacionais, a doença tem uma prevalência de dois casos para cada grupo de mil pessoas, considerada a população em geral, e de 1% na faixa etária acima de 50 anos de idade.

A doença – O mal de Parkinson ocorre quando certos neurônios morrem ou perdem a capacidade de atuar no controle dos movimentos do corpo. Como conseqüência, o portador da doença apresenta tremores, rigidez dos músculos e dificuldade de caminhar, se equilibrar, engolir, escrever e até falar. O principal sintoma é o tremor, que tende a limitar a capacidade funcional dos portadores da doença. “O mal de Parkinson, em sua fase mais avançada, leva os pacientes à incapacidade para as funções da vida diária. Eles precisam de acompanhamento diário”, ressalta Neidil Espínola.

Geralmente a doença se manifesta após os 50 anos de idade, mas calcula-se que cerca de 3% dos casos atinjam a população mais jovem. A verdadeira causa do mal de Parkinson ainda é desconhecida. Acredita-se que se trata de uma doença genética. Embora ainda não tenha cura definitiva, existem diversas alternativas de tratamento que buscam atrasar o desenvolvimento dos sintomas. “Nas fases mais graves da doença, a qualidade de vida do paciente pode ser melhorada com a adaptação das casas para facilitar as atividades necessárias à vida diária dessas pessoas”, observa Neidil.

O Ministério da Saúde recomenda o uso de barras de apoio, principalmente no banheiro, corrimões, portas com maçaneta em forma de alavanca, talheres com cabos maiores e pisos antiderrapantes. Para evitar que os pacientes com tremores sofram uma queda dentro de casa, recomenda-se ainda não deixar brinquedos, animais e fios soltos espalhados pelos cômodos.

SUS oferece tratamento para a doença

Um dos principais problemas relacionados ao mal de Parkinson é que não existem formas de prevenção da doença. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento é possível fazer com que seu desenvolvimento seja mais lento. Os medicamentos necessários aos pacientes são oferecidos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Para recebê-los, é preciso seguir o protocolo para diagnóstico correto da doença.

“O paciente precisa ser examinado por um profissional de saúde capacitado para diagnosticar o mal de Parkinson e, se for portador da doença, passa a receber os medicamentos para o tratamento”, explica a coordenadora da Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Neidil Espínola.

O uso dos medicamentos devidamente receitados por um médico permite a melhora inicial dos sintomas do mal de Parkinson, mas não proporciona a cura da doença. “É preciso que os pacientes tenham consciência de que o mal de Parkinson não tem cura. Trata-se de uma doença crônica que evolui ao longo da vida”, ressalta Neidil.

Exercícios de fisioterapia, acompanhamento fonoaudiológico e, principalmente, apoio da família são essenciais para retardar o desenvolvimento da doença. Assim, consegue-se amenizar os sintomas e proporcionar aos pacientes qualidade de vida por mais tempo.

Legenda foto: Os remédios usados no tratamento do mal de Parkinson são distribuídos na rede pública de saúde
Foto: Joana Paula Siqueira

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