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Geral

Parasitas podem tirar 92 kg de carne ao ano de bovinos

29 de junho de 2005 - 06:46

Verminoses, mosca-do-chifre, bernes e carrapatos, quando associados, podem tirar até 92 quilos de carne por ano de um bovino. O alerta foi dado na tarde de 27 de junho, durante o 8º Encontro de Tecnologia do Leite, realizado pelo SRCG (Sindicato Rural de Campo Grande) em seu auditório. A palestra sobre o assunto foi ministrada pelo médico-veterinário e responsável pelo manejo reprodutivo e sanitário do rebanho da Embrapa Gado de Corte, Alberto Gomes.

Ele lembrou que os animais taurinos são os mais suscetíveis aos carrapatos, logo os de leite são mais suscetíveis. “Em nossas condições ambientais e climáticas é preciso pensar em cruzamento porque há um bom equilíbrio entre taurino e zebuíno”, diz.

Enquanto os zebuínos desenvolveram resistência e os meio sangue apresentam queda de produção, em animais de sangue 5/8 a mortalidade ocasionada por carrapatos chega a 40%, conforme mostram estudos da Embrapa.

O controle dos parasitas deve ser feito especialmente em setembro e outubro, que é o período de pico, enquanto a mosca-do-chifre deve ser controlada entre janeiro e março, o berne de setembro a dezembro e as verminoses em períodos estratégicos.

A preconização é que ocorra na desmama, aos dois anos e meio, em vacas que vão para estação de monta, animais recém comprados e os que seguirão para engorda. As verminoses podem causar perda de até 30 quilos ano em um animal.

Presente o ano inteiro, as milíases, a chamada bicheira, têm seu pico incidência entre os bovinos no período de nascimento. Para a cura do umbigo, que é considerado uma porta para infecções, a recomendação é que seja feita a associação do uso de iodo e a ivomectina, o que promove resultados mais favoráveis.



A pior praga
A praga que Gomes considera a mais importante, pela prevalência, prejuízos e adaptação às condições adversas, é o carrapato. Assim como o berne, traz sérios prejuízos ao animal e ao couro é um grande condutor de doenças. Prejudica a natalidade, a produção de carne e demanda aumento de contração de mão-de-obra. Só em 2002 as perdas no País por conta de carrapatos são calculadas em US$ 2 bilhões.

O controle pode ser feito de diversas maneiras, passando pelo químico à escolha de raças mais resistentes. De qualquer forma, uma recomendação que o pesquisador considera fundamental para evitar falhas no uso de carrapaticida e perda de dinheiro é verificar por teste, através da avaliação de amostras coletadas na propriedade. A Embrapa oferece o chamado biocarrapaticidograma sem custos. “Além disso é preciso seguir a risco as medidas indicadas pelo fabricante, porque subdosagem significa desenvolver resistência no parasita”, alerta.

Outro alerta feito pelo pesquisador é a necessidade de ficar atento para o período de carência no uso dos produtos antes de abate e coleta de leite, para evitar que haja resíduos. “Hoje estamos em dois extremos o do produto orgânico e a qualidade do couro. É difícil, mas a solução e fazer o controle de parasitas com o mínimo necessário”, recomenda. O pesquisador abordou os métodos de aplicação de produto químicos nos animais e dentre eles considerou o mais apropriado a pulverização mecânica. O uso de bombas costais é inviável em rebanhos grandes; o de pour on tem custo muito elevado e o de aspersão é reprovado por não atingir os animais de maneira uniforme.




Via Livre Comunicação Rural

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