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Paranaiba: presidio recebe reforma de cozinha e padaria

Rogerio Valdez Gonzalez , noticiasms - 10 de março de 2011 - 13:51

Campo Grande (MS) – O presídio de regime fechado de Paranaíba recebe hoje (10) uma nova cozinha totalmente reformada para atender os internos e servidores que atuam na unidade e que diariamente fazem suas refeições no local. De acordo com o diretor do presídio, José Carlos Marques, a obra de reforma foi possível através de uma parceria da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) com o Conselho da Comunidade do município – órgão ligado ao Sistema Judiciário. “Além da cozinha industrial totalmente reformulada, os internos ganham também a ampliação da padaria”, afirma o diretor.

Segundo José Carlos, a obra recebeu investimentos de aproximadamente R$ 70 mil e será entregue hoje aos internos em solenidade de inauguração que contará com a presença do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini e do diretor-presidente da Agepen, coronel Deusdete Oliveira.

“Nossa cozinha já funcionava há dez anos sem reforma e esta obra entregue hoje dará mais qualidade de vida para os internos e servidores, policiais civis e agentes penitenciários, que se utilizam todos os dias do alimento produzido aqui”, diz o diretor da unidade de Paranaíba. Diferente de outras cozinhas de presídios do Estado, a que funciona na unidade de Paranaíba não é terceirizada. Todo o trabalho desenvolvido na cozinha é realizado pelos internos.

“Então a reforma também significa valorização destes internos que trabalham ali. Traz mais dignidade para eles que vão trabalhar em um ambiente mais limpo, organizado e bem mais arejado”, observa Marques. Atualmente 18 presos trabalham na cozinha da unidade e produzem alimento para cerca de 250 pessoas diariamente, de acordo com o diretor do presídio.

A reforma da cozinha e da padaria foi custeada com recursos provenientes da prestação de penas pecuniárias, aquelas em que a condenação por crimes de menor potencial ofensivo é revertida em uma contraprestação em dinheiro. Também foram adquiridos uniformes, luvas, máscaras etc. para quem atuará no local. Uma parceria firmada com um supermercado local garantiu que parte da produção seja realizada na padaria do estabelecimento, garantindo emprego imediato para cerca de 20 detentos.

Além de equipamentos novos, a nova cozinha da unidade penal ganhou coifa para o fogão e exaustores. A padaria também foi reformada e ganhou novos instrumentos para o trabalho. “Hoje temos três internos trabalhando na padaria e com a reforma a intenção é fazer a demanda aumentar e colocar mais presos trabalhando”, antecipa o diretor, acenando ainda para a possibilidade de novas parcerias com empresas que capacitem os internos para este tipo de trabalho. “Buscamos parcerias e queremos dar a estes internos mais oportunidades através do trabalho”, afirmou.

Trabalho e socialização

A unidade de Paranaíba já realiza um trabalho de socialização do internos oportunizando a inserção no mercado de trabalho através de parcerias firmadas com diversos setores, como o Poder Judiciário, empresariado local e comunidade. “Já há dois anos temos Projeto Recomeçar que dá oportunidade de trabalho para os internos. É um projeto muito importante para que eles consigam voltar para a sociedade com um trabalho”, afirmou o diretor. O Projeto Recomeçar foi idealizado pelo Juiz da Vara Criminal e Execução Penal de Paranaíba, Francisco Vieira de Andrade Neto, com apoio do Conselho da Comunidade local.

Entre as iniciativas do projeto está a instalação de uma confecção no Estabelecimento Penal, onde são produzidos em média 1.200 calçados diariamente. O material é distribuído para as maiores cidades do Estado e para a Capital. O material chega também para diversos outros Estados brasileiros, como: São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina.

O Estabelecimento Penal de Paranaíba conta com um “Setor Empresarial”, um espaço destinado a acomodar empresas interessadas em dar oportunidade de emprego a reeducandos do regime fechado. Inaugurado em novembro de 2009, além da confecção de calçados, o local abriga também uma empresa que produz brinquedos pedagógicos e uma selaria.

Hoje, dos 160 presos do regime fechado, 60% deles estão empregados e todos os reeducandos dos regimes semiaberto e aberto estão trabalhando. Segundo o juiz titular da Vara Criminal de Paranaíba, Francisco Vieira de Andrade, como resultado desde a implantação do projeto, houve uma diminuição na taxa de reincidência e já é possível afirmar que a maioria dos detentos empregados não voltam a praticar crimes. Para o magistrado, estas e outras ações desenvolvidas pelo Projeto Recomeçar são medidas que estão se tornando realidade graças à boa vontade das empresas e da comunidade de Paranaíba, que se engajaram nas ações para garantir uma reinserção social dos detentos e a consequente diminuição do estigma que envolve as pessoas que são condenadas pela justiça.

Com informações da Agepen e TJ/MS


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