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Para tentar provar interferência, Palmeiras contrata megaempresa de investigação

Correio do Estado - 19 de abril de 2018 - 07:08

O Palmeiras não mede esforços nem dinheiro para tentar provar que houve interferência externa na arbitragem da final do Campeonato Paulista, vencida pelo Corinthians. A começar pela contratação dos serviços de uma das maiores empresas de investigação privada no mundo.

Com auxílio da Kroll, empresa que tem sede nos Estados Unidos e escritórios em 30 países diferentes, o clube espera reunir provas de que o quinteto de arbitragem recebeu informações de fora – o que é proibido – para rever a decisão de uma marcação de pênalti a seu favor.

Na semana passada, o Palmeiras divulgou imagens nas quais é possível ver o diretor de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF), Dionísio Roberto Domingos, aproximar-se duas vezes de um dos árbitros assistentes na linha lateral, enquanto o árbitro principal estava dentro do campo e se mostrava indeciso quanto à própria marcação.

Com base nesse vídeo, o departamento jurídico palmeirense entrou com pedido de instauração de inquérito no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-SP). Por isso, o quinteto, o diretor de arbitragem e o delegado daquela partida foram convocados e prestaram depoimento na última terça-feira. A sessão foi acompanhada presencialmente por pelo menos dois funcionários da Kroll.

Atuação recente da empresa no esporte

A Kroll é uma das maiores empresas de investigação privada do mundo. Sua presença no esporte é recente. No ano passado, a empresa contratou Alex Horne, ex-CEO da Premier League, para atuar neste segmento. Mas seu trabalho está mais relacionado a análise de riscos comerciais do que a investigações esportivas propriamente ditas – como neste caso do Palmeiras.

Procurada nesta quinta-feira, a empresa respondeu que "não comenta sobre potenciais clientes ou projetos" e que "quaisquer questões relativas ao tema devem ser dirigidas ao clube". O Palmeiras, por sua vez, informou que o clube não se manifestará sobre o andamento da ação.

No Brasil, a empresa foi protagonista de outros casos de grande repercussão. A Kroll já foi contratada pelo Congresso Nacional para atuar na CPI do Caso PC Farias, que levou o então presidente Fernando Collor a renunciar. A empresa também teve atuação polêmica na Operação Satiagraha e na CPI da Petrobras, rastreando contas no exterior.

Criminalista representa Palmeiras

Requerente do processo no TJD-SP, o Palmeiras também investiu em sua equipe jurídica. Quem representou o clube foi José Luis Oliveira Lima, conhecido como Juca, um dos principais advogados criminalistas do país, em cujo currículo constam atuações para figuras como José Dirceu e J. Hawilla, ex-presidente da Traffic e pivô do escândalo de corrupção na Fifa.

Durante a sessão, além do assistente Daniel Kignel, que integra seu escritório, Juca contou com auxílio de dois advogados geralmente defendem o Palmeiras: Américo Espallargas e Alexandre Miranda.

O tribunal deve apresentar relatório na próxima segunda-feira, quando a Procuradoria poderá oferecer denúncia ou dar o caso por encerrado. Antes disso, o Palmeiras tem até o meio-dia desta quinta-feira para anexar novas imagens aos autos.

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