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Para população, estética dentária está associada à boa saúde bucal

Agência Notisa - 28 de agosto de 2011 - 08:20

Agência Notisa – A saúde bucal das crianças está diretamente relacionada com os cuidados e orientações fornecidas por seus pais e cuidadores. No artigo “Experiências do familiar em relação ao cuidado com a saúde bucal de crianças”, publicado na edição de janeiro/fevereiro da Revista Latino-Americana de Enfermagem, a cirurgiã-dentista Célia Mara Garcia de Lima e equipe da Universidade de São Paulo mostram os resultados de uma pesquisa sobre as visões e práticas da família em relação aos cuidados com os dentes dos filhos.



O estudo utilizou o banco de dados de consultas da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, São Paulo, para identificar 12 cuidadores que levaram suas crianças ao dentista recentemente em consequência de condições bucais distintas. Em entrevistas individuais, os responsáveis foram questionados quanto aos significados do cuidado com a saúde da boca, métodos de prevenção e frequência de consultas odontológicas.



Apesar do estudo tratar da saúde bucal das crianças, os pesquisadores preferiram entrevistar seus familiares e cuidadores, pois estes são os responsáveis por sua orientação. Além disso, para os autores, os próprios hábitos e experiências desses adultos são capazes de dizer muito sobre o que é passado aos filhos. “Um projeto terapêutico deve incorporar ações de cuidado à saúde que transcendam a clínica limitada à cura de doença e valorize o contexto, os determinantes sociais, a subjetividade do processo saúde/doença”, comentam os autores.



De acordo com o artigo, as entrevistas mostraram que a saúde bucal muitas vezes é relacionada com a estética dentária, já que o clareamento dental, o aparelho ortodôntico e os implantes foram citados como necessidades das crianças. “O aumento da comercialização dos serviços de saúde e a veiculação de propagandas, pelos meios de comunicação, que oferecem a emergente odontologia cosmética para os que podem pagar, têm obscurecido a distinção entre saúde e estética”, ressaltam os pesquisadores.

Além disso, a pesquisa concluiu que os cuidados com a saúde bucal das crianças frequentemente misturam saberes de ordem científica, como procedimentos odontológicos, e a cultura popular, por exemplo, o tratamento através de ervas. Os autores alertam para a necessidade de implementar políticas públicas que vinculem estes dois campos para aumentar a possibilidade de diálogo com a população. “Os projetos educativos em saúde, no Brasil, contudo, ainda hoje, seguem majoritariamente inscritos na perspectiva de transmissão de conhecimento científico e especializado para uma população leiga, cujo saber viver é pouco valorizado e/ou ignorado”, comentam.

O estudo também demonstrou a constante relação feita entre o descaso com práticas de higiene e a existência de problemas bucais. Para os autores, esta associação, apesar de ser tecnicamente correta, é bastante limitada, já que gera constrangimento e culpa no cuidador, mas não abrange os fatores culturais e a falta de políticas de saúde pública que ocasionaram essa ignorância sobre os hábitos de higiene. “Uma das maiores barreiras em assegurar o cuidado de saúde bucal a toda criança é a tendência em estruturar os problemas de saúde em termos de responsabilidade dos pais e não de políticas sociais”, explicam os autores.



Para ver o artigo na íntegra, acesse: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692011000100023&script=sci_arttext&tlng=pt.



Agência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

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