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Para polícia, menina de nove anos matou mesmo padrasto

Nadyenka Castro/Campo Grande News - 15 de setembro de 2008 - 15:56

A Polícia Civil está convencida que a menina de nove anos matou mesmo o padrasto Carlos Alberto Arruda Rodrigues, de 47 anos, no dia 31 de agosto na casa deles, no bairro Parque do Sol, em Campo Grande.

Nesta segunda-feira, ela e a mãe foram ouvidas pelo delegado Paulo Roberto Diniz, que preside o inquérito.

Segundo ele, as versões apresentadas por elas, que foram ouvidas separadamente, são as mesmas. Isso representa que nenhuma está mentindo e não há tentativa da filha defender a mãe, ou o inverso.

Para concluir o inquérito, que já tem cerca de 50 páginas, a polícia aguarda o laudo necroscópico e do local do crime e a oitiva de mais duas testemunhas: dois irmãos da vítima.

A previsão é que até o início da próxima semana, as informações apuradas com a conselheira tutelar, com a psicóloga do SOS Criança, com duas vizinhas da família e com o policial militar que atendeu a ocorrência, sejam entregues ao MPE (Ministério Público Estadual).

Relatos - O depoimento da dona-de-casa começou por volta de 9h e durou cerca de 1h45. Durante esse período, a mulher contou à polícia que eram constantes as brigas com Carlos Alberto, mas que ele nunca havia a agredido.

Declarou ainda que tinha um relacionamento com a vítima há 11 anos, sendo que ficaram separados por cerca de cinco, quando engravidou da menina que o teria matado. Disse também que Carlos Alberto ficou preso por dois anos, há cerca de cinco, por tráfico de drogas.

Ela contou à polícia que, no dia do crime, Carlos Alberto havia ido à casa dos dois irmãos e teria tido uma discussão com eles, e por isso chegou nervoso em casa. É por conta desta nova informação que a polícia irá intimar os irmãos.

Na versão que ela e a filha contaram à polícia, no dia do crime Carlos Alberto a agrediu na frente da menina, que para defende-la, pegou uma faca de serra de cozinha e atingiu o peito do padrasto, que não reagiu.

Foi a esposa dele quem acionou o serviço de emergência, mas quando o socorro chegou ao local, ele já estava morto. De acordo com o delegado, a menina, diz claramente que matou o padrasto para defender a mãe. “Ela ergueu o braço e o esfaqueou”, diz o delegado, isso apesar da menina ser magra e baixa.

A criança foi ouvida por cerca de 1h, acompanhada de uma conselheira tutelar e de um defensor público. A criança chegou e saiu da delegacia com o rosto tampado pelo casaco. Esta foi a primeira vez que mãe e filha se viram após o crime.

A menina está em um abrigo e a mãe, na casa de vizinhos, junto com os outros três filhos menores.

O defensor público da Infância e Juventude, Eugênio Luiz Dameão, explica que como só tem nove anos, a menina não responde criminalmente. “A criança não tem compreensão dos fatos”.


Cabe a Justiça determinar que ela permaneça abrigada, junto com outras crianças, ou que volte a morar com a mãe. Eugênio explicou que para que ela volte a conviver com a família, tem que ficar provado que a mulher não tem relação nenhuma com o homicídio.


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