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Geral

Para onde vai o nosso dinheiro

Dora Ramos* - 21 de fevereiro de 2018 - 06:23

Fim do mês é sempre um período complicado. As contas vão chegando, o dinheiro vai sumindo e o desespero, batendo. Com o orçamento que não fecha, logo nos fazemos uma pergunta: para onde vai o nosso dinheiro? Essa questão pode ser facilmente respondida pelos gastos mensais não elencados, extras ou supérfluos – tudo aquilo que não colocamos na ponta do lápis na hora do planejamento.

Quando contabilizadas, essas despesas acabam somando valores expressivos durante todo o ano sem que percebamos. Na compra de um carro, por exemplo, é muito comum as pessoas fazerem contas com base apenas nas parcelas e no seguro, e se esquecerem de impostos, combustível, lavagem, estacionamento, revisão, mecânico etc. Certamente, esses compromissos inadiáveis são responsáveis por quase meio carro zero quilômetro a cada ano.

Outra paixão do brasileiro, os animais de estimação também devem ter os gastos calculados no orçamento, para não se tornarem um peso em nosso bolso. Alimentação, banho periódico e atendimento veterinário estão cada vez mais caros e, embora sejam rotineiros, quase nunca entram nas contas mensais. Não que ninguém deva deixar de se cuidar, mas os gastos com cabeleireiro, barbeiro, manicure e cosméticos, no ponto de vista das finanças, também podem ser considerados vilões quando não planejados.

Mas não são só carros, animais de estimação e cuidados com a beleza que “desviam” boa parte de nossos rendimentos mensais. Hábitos como o cafezinho do pré-expediente, o salgado da tarde ou mesmo a cervejinha do happy hour são menosprezados nas finanças pessoais. Mas estão entre os principais gastos não controlados. Dificilmente o vale-refeição é suficiente para cobrir essas despesas e, de R$ 5 em R$ 5, mais de um salário é destinado a isso todos os anos.

Para que não haja um susto no final do mês, é importante que se liste todas as despesas, desde o lanchinho da tarde até o conserto do carro. Fazer anotações semanalmente é uma boa alternativa para se ter um relatório completo, que permite a mensuração do que poderia ter sido poupado e do que pode ser corrigido nos próximos meses.

O balanço financeiro pode ser feito por meio de uma planilha que contenha os principais gastos obtidos desde o início do ano, para que os supérfluos não sejam repetidos no segundo semestre. Outra dica é que, para as dívidas contraídas em longo prazo - especialmente em cheques, carnês e cartões de crédito -, deve-se checar o prazo de vencimento desses débitos.

Entrar em situação de endividamento é algo que tira o sono de qualquer pessoa. O mais indicado é que se tenha bom senso, sem se deixar levar por atos impensados. Para evitar complicações financeiras, é fundamental se programar, manter o foco em gastos realmente imprescindíveis e, desse modo, evitar o acúmulo de dívidas para o final de ano, por exemplo, época que sempre queremos um dinheiro extra para gastar.

Esses pequenos gastos podem sair do controle e ser tão representativos quanto uma prestação. Evitar gastos supérfluos pode ser o ponto principal para a conquista de um sonho ou mesmo para que não se fique endividado.

* Dora Ramos é educadora financeira e diretora da Fharos Contabilidade & Gestão Empresarial

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