Para concretizar seu desejo de se transferir ao Real Madrid e acabar de vez com o longo imbróglio que envolve sua saída do Santos, o atacante Robinho revelou nesta segunda-feira que abriria mão dos 40% a que tem direito na negociação.

"Se tiver que fazer isso, ficar sem os 40%, sem problema. Sou novo ainda, tenho só 21 anos e muito ainda pela frente. Se essa é uma vontade do Santos, tudo bem. Quero seguir ao Real Madrid e jogar em uma equipe da mesma grandeza do Santos", afirmou o craque, em entrevista à radio Transamérica.

O depoimento do jogador pegou de surpresa o empresário do jogador, Wagner Ribeiro. Contrariado com a declaração feita pelo atacante, Ribeiro informou ao Pelé.Net que o atleta foi mal interpretado. "Ele não quis dizer que abriria mão de sua parte. É diferente. Ele disse que faria isso em uma última hipótese, mas não existirá essa possibilidade", justificou Ribeiro.

A idéia de Robinho em ceder a porcentagem que lhe pertence se assemelha à negociação do meia-atacante Kaká para o Milan, em 2003. Para viabilizar sua troca do São Paulo para o clube italiano, Kaká aceitou liberar 15% de sua multa contratual.

Com isso, seu empresário na ocasião, Wagner Ribeiro, atualmente gerenciando a carreira de Robinho, não recebeu nenhum tipo de comissão pela venda do ex-são-paulino.

Caso a vontade de Robinho fosse prevalecida, o jogador e seus representantes deixariam de receber US$ 10 milhões, entregando a proposta do clube merengue de US$ 25 milhões integralmente ao Santos.

O jogador informou que aguarda a chegada do presidente do Santos Marcelo Teixeira para definir seu acerto com o time espanhol. A previsão é que o mandatário alvinegro retorne ao país na terça-feira, após viagem aos Estados Unidos. "Espero o presidente voltar para conversar e resolver essa situação", declarou Robinho.

No entanto, conforme adiantou a assessoria de imprensa do Santos, nesta segunda-feira, o clube manterá a postura de liberar Robinho somente mediante o pagamento da multa rescisória, fixada em US$ 50 milhões.