“Nunca gastamos tanto” – exclama o pessoal lamentando os custos diários que a vida moderna nos impõe.

Evidente que há uma comparação velada com outros tempos que ficaram num passado um tanto distante. A comodidade da vida urbana não poderia ser gratuita e cobra o preço alto para os padrões de renda do brasileiro.

Tudo começa em casa com as despesas inevitáveis: empregada, água, luz, telefone, internet e televisão a cabo. Afinal ninguém é de ferro diante das opções limitadas de lazer em nossa capital. Afora isso alguns encargos vão se tornando imprescindíveis como o plano de saúde, a visita do dentista e os gastos com escola particular. E a gente não tem como negar que os gastos extras também afetam o nosso caixa.

Carro é bom, ( segurado é claro) , melhor ainda se ele tiver ar condicionado e outros itens que elevam seu preço. Curtir refeições fora de casa é simplesmente prazeroso, mas na hora de pagar nem o cafezinho é de graça. E o que dizer de um cineminha no final de semana com direito a pipoca e depois uma passada na pizzaria para fechar a noite!

Tudo isso faz parte de um admirável sistema onde os fabricantes ganham, geram empregos e renda que fomentam o comercio na ligação direta ao consumidor. Para despertar e incentivar as vendas nasceu a publicidade, que é um nicho de atividade cada vez mais presente em todos os segmentos.

Mas no meio desta paisagem estamos nós, consumidores que acabam consumidos pelo implacável sistema. Trabalhamos cada vez mais para realizar nossos sonhos onde o consumo é parte integrante. Gastar é prazeroso, mas pode nos tornar refém do desejo consumista sem freios e sem limites. Aí mora o perigo!

Parece até deselegante falar disso nesta época do ano. Longe de tolher desejos o objetivo é sugerir a contabilidade entre o ganho e os gastos, esquecida pela facilidade do cartão de crédito e as prestações sedutoras.

Claro que gastar é bom, mas melhor é ter ganho antes.

Pense nisso!

De leve...