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Para Delcídio, relatório da CPI vai causar divergências

Luciana Vasconcelos/ABr - 30 de março de 2006 - 17:23

O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que a maior discussão sobre o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios vai se concentrar em torno de dois pontos: indiciamentos e mensalão. O relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), pediu o indiciamento de mais de 100 pessoas, entre elas os ex-ministros Luiz Gushiken e José Dirceu, mas também o empresário Marcos Valério de Souza, Delúbio Soares e o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

"Vamos ter que discutir algumas questões, sem dúvida nenhuma", considerou Delcídio, sobre as discussões que devem ocorrer até a votação do relatório, marcada para terça-feira. Segundo ele, deverão ser apresentados votos em separado de parlamentares tanto do governo como da oposição.

Sobre o mensalão, Delcídio Amaral acredita que os governistas vão tentar desconectar a ligação dos saques com votações em plenário. "A leitura de alguns parlamentares do governo é mais ampla, sem caracterizar a compra de consciência", disse. No relatório, Serraglio reafirma a existência de um esquema de compra de votos no Congresso em troca de apoio ao governo. Acrescenta que o dinheiro foi utilizado também para "seduzir" o político a trocar de partido. O relator discordou da tese que mensalão é o mesmo que caixa 2.

"O esquema comprovado pela CPMI é, nitidamente, um esquema de cooptação de apoio político ilícito", diz o relatório. Serraglio disse que faltam provas de que o dinheiro repassado pelo empresário Marcos Valério de Souza fazia parte de um esquema ilegal para financiar campanhas eleitorais – tese apresentada pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, em sua defesa.

O relator informou que é "humilde" para aceitar mudanças, mas ainda não viu sugestão que o convença a mudar o texto. "Estou aberto para reexaminar, mas precisa mostrar que estou errado", ressaltou.

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