A agonia de João Paulo 2º, que sofria do mal de Parkinson havia 17 anos, começou no dia 1º de fevereiro deste ano, quando foi internado pela primeira vez no hospital católico Gemelli, onde permaneceu por dez dias. No dia 24 de fevereiro, o papa voltou a ser internado e foi submetido a uma traqueostomia. Em 30 de março, o papa começou a receber alimentação por uma sonda. Na tarde de ontem, uma infecção urinária evoluiu para infecção generalizada. João Paulo 2º sofreu ainda uma parada cardíaca nas primeiras horas da manhã de hoje e, no último boletim médico divulgado, apresentava respiração quase artificial e funcionamento comprometido dos rins.

Em 1981, João Paulo II recebeu três tiros do turco Mehmet Ali Agca, 47, na praça São Pedro, no Vaticano. Os tiros atingiram um dedo da mão esquerda do papa, um de seus braços e o estômago. À época, ele passou vinte dias internado e chegou a ser operado.

Os 117 cardeais com direito a voto no chamado Conclave, uma espécie de assembléia mundial de cardeais, deverão escolher o novo papa. A convocação oficial, contudo, só poderá ser feita quinze dias após o anúncio da morte de João Paulo.

A escolha de um pontífice deve ser feita por dois terços dos participantes da assembléia de cardeais, que se realiza a portas fechadas na Capela Sistina. Durante a reunião, os cardeais ficam incomunicáveis.