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Pantaneiro é atacado por uma onça-pintada e sobrevive

Nelson Urt / Diário Corumbaense - 05 de agosto de 2008 - 07:38

"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas", comenta pantaneiro. Diário Corumbaense
"Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas", comenta pantaneiro. Diário Corumbaense

O pantaneiro Gregório Costa Soares, de 65 anos, lutou com todas as forças, quase perdeu a vista esquerda, levou mais de 20 pontos no rosto e nos dois braços, mas escapou com vida ao ataque de uma onça-pintada, salvo por quatro dos seus cães vira-latas.

“Quando olhei a onça já estava a trinta metros de mim, com os cachorros em cima. São cachorros campeiros, vira-latas, que saem comigo direto, são acostumados a caçar”, conta.

Na segunda-feira, ele deu entrada no Hospital de Caridade, depois de viajar mais de três horas - de cavalo, de voadeira e de bote, até chegar a Corumbá, onde recebeu atendimento.

“Se eu caísse, estaria morto numa hora dessas, mas tive forças para me manter em pé e segurar a fera. As garras dela passaram perto do meu olho e tive tempo de desviar”, revelou Gregório ao Diário Corumbaense, no hospital.

Ele conta que a onça-pintada devora um bezerro a cada 20 dias na sua fazenda no Paiaguás. Nessa época do ano, com a cheia do Pantanal, é obrigado a mudar de casa, mais acima, na parte seca. E foi lá que encontrou a onça-pintada, que havia acabado de devorar uma porca. “A porca tinha recém dado cria a um punhado de leitãozinhos”, contou Olímpia, a esposa dele.

Olímpia estava orgulhosa pela coragem e força do marido, que aos 65 anos resistiu ao ataque da onça-pintada e ainda teve energia para galopar até o porto e pilotar uma voadeira. “E olha que o Gregório estava com o rosto todo ensangüentado”, observou.

O pantaneiro diz que não sabe mais o que fazer diante dos ataques de onças-pintadas, porque sabe que existe uma legislação do Ibama proibindo a matança do animal. “Antigamente eu tinha uma 22, mas só dei um tiro com ela e extraviou, nem sei onde foi parar.É complicado tirar porte de arma, mesmo assim você sai no campo sem documento da arma, encontra uma autoridade, e pode ter complicação. Além do mais, é proibido matar onça”, diz.

Pai de nove filhos, sete já casados, ele vive na fazenda ao lado da esposa, Olímpia, de 66 anos, de um dos filhos e de um genro. Hoje ele pode ter alta.



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