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Palmieri confirma viagem a Portugal com Valério

Agência Câmara - 17 de agosto de 2005 - 08:12

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Compra de Votos, o primeiro-secretário e tesoureiro informal do PTB Emerson Palmieri confirmou ontem que viajou para Portugal, entre os dias 24 e 26 de janeiro deste ano, junto com o empresário Marcos Valério de Souza e o advogado Rogério Tolentino. Esse foi o fato mais questionado pelos parlamentares que integram a CPMI.
Palmieri contou que foi a Portugal por determinação do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que, segundo ele, teria conversado com o deputado José Dirceu (PT-SP) sobre a possibilidade de a empresa Portugal Telecom ajudar a reequilibrar as contas dos dois partidos.
Palmieri disse que não houve nenhuma dificuldade para se chegar ao 10º andar da sede da Portugal Telecom, onde fica o escritório do presidente da empresa, Miguel Horta e Costa. "Valério se identificou na portaria como o Marcos Valério, do PT", disse.

De fora
Palmieri contou ainda que Marcos Valério, acusado de operar o suposto esquema conhecido como "mensalão", não permitiu sua participação na reunião com Horta e Costa, que teria durado entre 30 e 40 minutos. "Eu fui incumbido pelo Roberto Jefferson de testemunhar a conversa entre o representante do PT e a Portugal Telecom, mas fiquei de fora da reunião, o que me deixou muito irritado", disse. Segundo ele, quando Roberto Jefferson soube da atitude de Marcos Valério na empresa portuguesa, ele teria dito: "Mais uma vez fomos enganados pelo PT".
No fim da reunião, o secretário disse ter ouvido de Marcos Valério que o problema do PT e do PTB seria resolvido dali a 20 dias, no Brasil. A versão de Palmieri confirmou a do deputado Roberto Jefferson à CPMI da Compra de Votos e vai de encontro à do empresário Marcos Valério, segundo a qual ele (Palmieri) teria ido apenas descansar em Portugal.

Dirceu mandava
O secretário do PTB contou aos integrantes da CPMI que participou de aproximadamente cinco reuniões com Jefferson, então presidente do partido, e representantes do PT para tratar de repasse de recursos. Nesses encontros, os emissários do PT eram, entre outros, o ex-presidente José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares.
Segundo Palmieri, Dirceu não participava das reuniões. O secretário garantiu, no entanto, ter visto "diversas vezes" Delúbio telefonar para Dirceu, então ministro-chefe da Casa Civil, para definir negociações financeiras. "Delúbio não acertava nada por conta própria", afirmou Palmieri, que garantiu que nunca houve pagamento de mensalão no PTB.


Reportagem - Maria Clarice Dias e Janary Júnior
Edição - Regina Céli Assumpção


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