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Pais reclamam que cadeirinhas de veículos pesam no bolso

Campo Grande News/ Danúbia Burema - 12 de maio de 2010 - 10:47

Prestes a entrar em vigor em junho, a determinação de que crianças até sete anos e meio deverão ser acomodadas em equipamento específico no banco de trás dos carros de passeio é alvo da reclamação de pais que, apesar de reconhecerem a segurança do procedimento, reclamam do custo do equipamento.

O preço da “cadeirinha” pode chegar a R$ 444,00 em Campo Grande. Já o valor do assento indicado para crianças de quatro a sete anos, que também será obrigatório, em alguns casos ultrapassa os R$ 200,00.

“Por ser obrigatório deveria ter um preço popular”, avalia o professor Marcelo Rosa Garcia, de 35 anos, que pesquisa o preço do assento para o filho mais velho.

Ele já tem o "bebê conforto" para o caçula, mas terá que desembolsar com o equipamento para o outro filho. Para Garcia, o valor deveria ficar em torno de R$ 60,00 ou R$ 90,00. “É um absurdo pagar R$ 300,00 em uma cadeirinha de criança”, desabafa.

A dona-de-casa Janine Gomes, de 30 anos, ainda não comprou a cadeira para o filho Kaio, de três anos, mas garante que irá cumprir a determinação. “Todo o mundo vai ter que comprar, porque é melhor isso do que levar uma multa. Mas é muito caro”, diz.

Para ela, a solução para muitos será a compra parcelada em várias vezes no cartão de crédito.

A lei - A partir de 9 de junho, quem desrespeitar as regras será multado em R$ 191,54. A infração será considerada gravíssima, com 7 pontos negativos na carteira de habilitação.

Bebês até um ano têm de ser transportados no bebê conforto, de 1 a 4 anos ficam na cadeirinha e de 4 a 7 anos e meio no assento de elevação. Entre 7 e 10 anos é obrigatório o cinto de segurança.

Crianças, mesmo que bebês, não podem mais ser transportadas no colo das mães.
Para motocicletas, ciclomotores e motonetas, a lei é ainda mais restritiva, só podem ser transportadas crianças com mais de sete anos e meio de idade.

Nos veículos que possuam apenas banco dianteiro, a criança deve estar protegida pelo cinto de segurança. Quando o número de menores de 10 anos ultrapassar a capacidade do banco traseiro, uma criança poderá seguir na frente, mas também com o cinto.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a utilização correta da cadeirinha pode reduzir em até 70% a possibilidade de morte em caso de acidente.

A lei não se aplica a veículos com peso bruto total superior a 3,5 toneladas, os de transporte coletivo, táxi e escolares.

Vendas - O anúncio do uso obrigatório fez crescer a procura pelo equipamento nas lojas de produtos infantis da Capital, que já comemoram o aumento nas vendas e o interesse dos consumidores pelo produto.

“Depois da lei, o interesse aumentou bastante”, reforça a vendedora Rosângela Magdalena, de 32 anos.

Ela conta que no último final de semana um pai chegou a pedir duas cadeirinhas para um só filho, uma para ficar em seu carro e outro no da esposa, que se reveza com ele na hora de buscar a criança no colégio. “Isso não costumava acontecer, geralmente era só um por criança”, observa.

Além da compra efetiva, os questionamentos pelo produto aumentaram nas lojas da rua 14 de Julho, de acordo com os comerciantes.

Os preços não caíram com a medida, mas conseguiram retirar do mercado marcas que não possuíam o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), diminuindo a concorrência e aumentando os preços.

De olho no nicho, empresa lançou uma espécie de cadeira que pode ser utilizada de recém-nascidos a bebês com 25 kg, o que ainda não existia no mercado.

A vendedora Magdalena conta que esse é o custo mais questionado pelos consumidores, mas que eles acabam levando o produto para não ter que trocar o bebê conforto por uma cadeirinha quando o bebê atinge um ano ou completa 13 kg.

Segurança - O bebê conforto de Arnufo Filho, de apenas um mês, foi comprado antes de seu nascimento, conta a mãe Elaine Molina, de 33 anos. Ela explica que não se sentiria segura em levar o filho no carro apenas no colo, sem a proteção necessária. “É segurança para a criança”, destaca.

Dona de uma loja de produtos infantis, Samia Acre, de 41 anos, diz que há anos orienta os clientes a seguirem a recomendação de carregar crianças em equipamento adequado. “Não é luxo, mas uma necessidade”, acredita.

Para o produtor de mel Adriano Esquines, o problema é ainda maior. Com a família em "escadinha", um menino recém-nascido, uma filha de 2 anos e outro menino de 4, ele ainda não sabe como acomodar a "turma toda" no banco traseiro e com as respectivas cadeirinhas. "Vou ter de trabalhar o ano todo para comprar dadeirinha ou comprar uma kombi", brinca.


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