É fato que os pais são exemplo para os filhos. O problema é quando os pequenos se influenciam pelo mau comportamento daqueles que deveriam guiá-los. É o que acontece quando a bebida alcoólica vira rotina numa família. Começa, por exemplo, com o pai que bebe em casa na hora do almoço, depois do trabalho, antes de dormir. O filho que convive com isso, acaba achando o comportamento natural. E para os dois compartilharem o mau hábito é um passo. Uma atitude que começa em casa e pode terminar no que nenhum pai deseja para o próprio filho: o alcoolismo, uma doença séria que pode matar. Outro fator de risco é a genética. Filhos de pai ou mãe com problemas com álcool tem duas vezes mais chances de desenvolver a dependência. Para a psicóloga, Cristiane Decat, o componente genético deve ser levado em consideração. Mas, segundo ela, o comportamento dos familiares é o que acaba sendo a maior influência no desenvolvimento da doença.


"Fica difícil a gente jogar toda a culpa do alcoolismo para a genética porque pode gerar um sentimento de acomodação nesses pacientes para quem hoje é alcoólatra. Eu ainda acho que a questão da aprendizagem também é muito forte. A criança que já aprende que isso é uma coisa natural, que isso é uma coisa rotineira. Isso vai estar mais presente no dia-a-dia dela do que de alguém que não vivencia isso todo dia. Então, ela acaba aprendendo esse tipo de comportamento."

De acordo com a psicóloga, fatores ambientais como cultura, nível socioeconômico e religião podem contribuir para a dependência da bebida alcoólica. O sexo do indivíduo também pode ser relevante, já que a maioria dos casos de alcoolismo ocorre em homens.

De Brasília, Cynthia Ribeiro