Raffael Douglas, de 29 anos, era professor de Língua Portuguesa e Literatura, mas há seis meses se tornou cúpido para cães em Campo Grande, com a página “Agência de namoro para cães MS”, criada no Facebook. O negócio deu certo e, segundo ele, por semana 10 cachorros costumam se encontrar.

Depois, passa a ser responsabilidade do dono providenciar a cruza, a única função da página é juntar os casais. O contato é feito todo pela rede social. Quando encontra o pretendente perfeito, Raffael passa o contato para os proprietários dos animais. O sistema é simples, diz ele. “O dono do cachorro manda a foto e eu a posto. E eu faço o encontro entre eles”, explica.

Ele conta que é dono de um husky siberiano, chamado Donatello. Hoje, é quase raridade encontrar a raça, e para encontrar um cão para cruzar com o animal, foi difícil, por isso a ideia.

Raffael lembra que para isso, procurou na internet e acabou encontrando uma página em São Paulo que facilitava os encontros “amorosos” dos cachorros.

E não é só a aparência que manda na hora do “flerte” e nem todos procuram cachorros da mesma raça. Os donos dos cães capricham nos comentários de apresentação e escrevem em primeira pessoa, se passando pelo cão.

“Oi, meu nome é Pingo, não ligo para raças, só gostaria de namorar porque estou dando trabalho para os meus donos. Sou muito dócil e bonito, com o pelo cinza em vários tons. Parece até que tenho um colete e botinhas. Sou bem pequeno, quem tiver interesse falem com a minha dona”. Outras descrições, do tipo “sou vacinado e vermifugado”, são quase que essenciais.

Mas tem donos de animais, que não pensam apenas na alegria dos bichos, e veem na cruza alinhada de raças e pedigrees uma forma de vender dos filhos “genuínos”. Outros querem fazer "experiências", explica Raffael. Um dos donos, tem um labrador preto, e a ideia é achar outro animal da mesma raça para chegar a cor da pelagem caramelo, o que é bem difícil.