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Pacientes de diabetes terão novo tipo de insulina

03 de novembro de 2006 - 09:49

Os diabéticos do país poderão substituir a injeção de insulina por um novo medicamento: a insulina para inalar. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou, em junho deste ano, a venda da nova insulina, mas o produto deve chegar ao mercado brasileiro somente no primeiro semestre de 2007.

A nova insulina, sob a forma de pequenos cristais, deve ser aspirada pelo paciente em um inalador semelhante ao usado para portadores de bronquite. A aspiração deve ser pela boca e o medicamento é absorvido pelo pulmão e entra na corrente sanguínea.

A insulina em cristais poderá substituir as doses injetáveis que os portadores de diabetes tipo 1 e 2 tomam antes das refeições, mas não elimina definitivamente as picadas de agulhas. “O paciente diabético precisa espetar o dedo para ver a glicose no sangue (nível de açúcar). A principal vantagem é se livrar de algumas picadas por dia”, explicou a presidente do departamento de diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Vivian Ellinger.

A psicóloga Margarida Rodrigues, 46 anos, portadora da doença há mais de 30 anos, acredita que a nova insulina pode reduzir o medo que a injeção causa em alguns diabéticos e também em quem está por perto na hora da aplicação. “Inalar é menos chocante que injetar alguma coisa, parece que é mais natural”.

Segundo a endocrinologista Vivian Ellinger, esse tipo de insulina não é recomendado para fumantes, pessoas que pararam de fumar a menos de seis meses ou que possuem graves doenças pulmonares, porque aumenta o risco de hipoglicemia.

Ainda conforme a médica, esse tipo de insulina pode provocar tosse em alguns pacientes, entretanto, não significa que precisarão abandonar o medicamento. “Estudos mostraram que a tosse não foi de uma intensidade que fizesse os pacientes parar de usar a insulina”, afirmou.

O presidente da Federação Nacional das Associações e Entidades de Diabetes (FENAD), Fadlo Fraige, disse que pesquisas avaliam se o uso prolongado do medicamento pode causar efeito colateral. “A insulina é um cristal que vai ser absorvido. Ele pode eventualmente, em longo prazo, causar um tipo de doença pulmonar ou não”, disse.

De acordo com o laboratório Pfizer, a questão da segurança do medicamento foi “extensivamente” estudada, incluindo efeitos no pulmão. O medicamento foi testado em cerca de 2.500 pacientes portadores de diabetes tipo 1 e 2. Em algumas pessoas durante período de sete anos.

Para Fraige, o preço dessa insulina, produzida nos Estados Unidos, será mais alto em comparação ao da injetável. “Tudo indica que vai ser um tratamento muito caro”. O preço ainda vai ser definido por uma câmara de regulação, segundo a Anvisa. O Ministério da Saúde informou que vai estudar se é possível distribuir o medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O diabetes é causado pela falta total ou parcial de insulina no organismo que impede as células de absorverem o açúcar, o que provoca acúmulo de glicose no sangue. Os sintomas mais freqüentes da doença são sede exagerada e vontade de urinar várias vezes ao dia. Estimativas indicam que 10 a 11 milhões de brasileiros são diabéticos, sendo que quatro milhões não sabem que têm o distúrbio.



Agência Brasil


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