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Pacientes com hanseníase têm problemas visuais

Agência Notisa - 11 de outubro de 2005 - 07:58

Pesquisa mostra que quase todos os pacientes apresentam alterações oculares, sendo os sintomas mais comuns são o prurido ocular, a baixa acuidade, o ardor e o lacrimejamento.



A hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, responsável por lesar a pele e os nervos periféricos, principalmente das áreas mais frias do corpo, como o nariz, os testículos e os olhos. Particularmente no aparelho visual, as bactérias podem levar aos mais variados graus de incapacidade visual, uma vez que o bacilo agride direta ou indiretamente as estruturas oculares. Nesse sentido, pesquisadores da Universidade Federal do Pará resolveram verificar a ocorrência de problemas oculares em pacientes com hanseníse.

A equipe examinou 115 olhos e 116 anexos oculares de 58 pacientes hansenianos internados no Abrigo João Paulo II, em Marituba (PA). De acordo com artigo publicado na edição de maio/junho de 2005 dos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, os pacientes foram submetidos ao exame oftalmológico entre agosto e outubro de 1999 e todos já haviam recebido alta por cura.

Os pesquisadores observaram que 41 dos 58 pacientes, ou seja 70,7% eram do sexo masculino e apenas 17 (29,3%) do sexo feminino. A idade variou de 30 a 90 anos. Eles verificaram também a presença de alterações oculares em 114 olhos, dos 115 pesquisados, número bastante elevado. O percentual de perda de visão foi de 6%. Segundo eles, “o sintoma mais freqüente, independente da forma clínica, foi o prurido ocular, observado em 59 olhos (51,3%); seguido de baixa acuidade visual, em 57 (49,5%); ardor e lacrimejamento, em 55 (47,8%); fotofobia em 37 (32,1%); dor em 36 (31,3%) e secreção em 33 (28,7%)”.

A equipe explica que o elevado número de alterações observadas, tanto no bulbo ocular, como nos anexos oculares em portadores de hanseníase, é responsável pela diminuição de visão, sentido de demasiada importância principalmente para os pacientes que apresentam alto grau de incapacidade física. “Isto serve de alerta para que seja instituído o exame ocular na rotina de atendimento desses pacientes, visto que o diagnóstico e tratamento precoces previnem as graves manifestações da hanseníase ocular”, ressaltam os cientistas no artigo.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)

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