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Oswaldo Cruz pode tornar-se herói da Pátria

Agência Câmara - 04 de fevereiro de 2004 - 14:16

O sanitarista Oswaldo Cruz pode ter seu nome incluído no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, na praça dos Três Poderes, em Brasília. O projeto de lei (PL 1494/03) que prevê a inscrição é do deputado e médico Elimar Máximo Damasceno (Prona-SP), e a homenagem se deve à sua atuação do médico no combate às doenças tropicais.
A Comissão de Educação e Cultura já aprovou a proposta, que teve a relatoria do deputado Rafael Guerra (PSDB-MG). O projeto está agora na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, aguardando designação de relator.

VIDA E OBRA
Nascido em São Luís do Piratininga, no Estado de São Paulo, em 1872, Oswaldo Cruz concluiu o curso de Medicina na Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, onde defendeu a tese de Doutorado "A Veiculação Microbiana pela Água". De 1886 a 1899, aperfeiçoou seus estudos em bacteriologia no Instituto Pasteur, em Paris, e ainda em 1899 tornou-se diretor do Instituto Soroterápico Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1903, Oswaldo Cruz realizou intensa campanha contra a febre amarela no Rio de Janeiro, que acabou erradicada em 1907 e, em 1904, iniciou o combate à peste bubônica.
Em 1906, as estatísticas de mortalidade de tais doenças testemunhavam o êxito das campanhas. No ano em que Oswaldo Cruz assumiu o combate à peste bubônica, as estatísticas apontavam o impressionante número de 48,74 mortos por cem mil habitantes. No ano de sua saída da Diretoria Geral de Saúde Pública, em 1909, esse número havia sido reduzido a 1,73.

DERROTA NAS VACINAS
A única derrota de Oswaldo Cruz no campo da saúde ocorreu no controle da varíola. Embora tenha conseguido com que o Governo tornasse obrigatória a vacinação anti-variólica, viu, em pouco tempo, a lei que determinava a obrigatoriedade ser revogada por força da pressão exercida pela Revolta da Vacina - as pessoas consideravam a vacinação uma invasão de privacidade. O resultado da medida foi o violento surto da doença que assolou a capital carioca em 1908.
À frente da diretoria técnica do Instituto Soroterápico do Rio de Janeiro, posteriormente rebatizado com o nome de Instituto Oswaldo Cruz, o cientista assegurou condições técnicas e materiais para que rapidamente a instituição alargasse suas fronteiras, expandindo sua pauta de produtos biológicos, ampliando os horizontes da pesquisa biomédica e tornando-se centro de ensino da microbiologia. O Instituto, que fora criado para fabricar soro e vacina contra peste bubônica, começou a produzir vários outros soros e vacinas destinados ao tratamento ou prevenção de doenças, não apenas humanas como também animais, e hoje é um dos mais importantes centros de pesquisa do País.
Além de médico sanitarista, Oswaldo Cruz foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1910 e, em 1916, prefeito de Petrópolis, falecendo no ano seguinte sem realizar seu ambicioso plano de urbanização da cidade.



Reportagem - Márcia Schmidt
Edição - Patricia Roedel


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