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Osso de cerâmica é apresentado em congresso de ortopedia

Agência Notisa - 03 de novembro de 2004 - 07:36

O beta-trifosfato de cálcio, um tipo específico de cerâmica, pode substituir osso humano e, em associação com células da medula óssea, acaba até estimulando a regeneração do tecido perdido. Sua vantagem estaria na alta capacidade de absorção.


Acidentes, cânceres, processos degenerativos e até doenças periodontais são algumas das causas que podem levar à perda de osso por parte de um indivíduo. A tarde do terceiro dia do 36º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia trouxe uma esperança para pacientes que sofreram perda óssea: o "osso sintético". Constituído por uma tipo específico de cerâmica, o material é capaz de substituir osso perdido e ainda ampliar a capacidade de regeneração do tecido ósseo a partir de células mesenquimais da medula óssea. "É uma alternativa muito boa para o tratamento da perda de osso, podendo ser usado na clínica com muita vantagem, sobre os materiais que já existem para esse procedimento", explicou o ortopedista palestrante, Everson Giriboni.


Apresentado na forma de tema livre, o trabalho "Potencial de aplicação clínica de biomaterial enriquecido com células mesenquimais da medula óssea" revelou que a capacidade regeneradora do "osso sintético" aumenta significativamente, quando associado às células mesenquimais da medula óssea. O palestrante explicou que as células da medula óssea "têm alta plasticidade, podendo se diferenciar em vários tipos celulares, como em células hepáticas, renais ou mesmo podem regenerar tecidos, sejam eles hematopoiéticos ou não".


Se as células da medula óssea possuem alta capacidade de diferenciação — podendo substituir outros tipos de células perdidas — em associação com o "osso sintético", segundo o estudo, elas alcançariam grau máximo de sua utilização. De acordo com o ortopedista, o biomaterial que compõe o "osso sintético" é um tipo especial de cerâmica, o beta-trifosfato de cálcio, que possui porosidade de até 86%, daí ter alta capacidade de absorção. "Colocando o biomaterial em contato com o filtrado de células mesenquimais da medula, o beta-trifosfato de cálcio absorveria todas as células necessárias para que sua capacidade regeneradora seja efetiva. Assim, nós faremos um implante de um osso sintético totalmente embebido em células mesenquimais da medula óssea", disse.


Quando perguntado pela semelhança entre o beta-trifosfato de cálcio e a hidroxiapatita, material atualmente utilizado para reparação de perdas ósseas, o palestrante respondeu que, além de quimicamente diferentes, os dois materiais possuem propriedades físicas também distintas. Segundo ele, o beta-trifosfato de cálcio possui uma alta biocompatibilidade (não agride o organismo humano) e, mais ainda, teria uma elevada capacidade de absorção, daí ser o material de eleição para a coptação do filtrado de células mesenquimais da medula óssea. "Acredito que a associação entre o "osso sintético" e as células mesenquimais da medula óssea sejam o futuro da clínica de reparação óssea", conclui o ortopedista.

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