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Os problemas de não seguir a alimentação certa na vida após a bariátrica

Minha Vida - 31 de julho de 2015 - 09:00

Os pacientes submetidos a operações bariátricas ou metabólicas costumam ser submetidos a uma rotina com dieta líquida por 7 dias, evoluindo a consistência da dieta para normal em 20 a 25 dias de pós-operatório.

Nesta fase inicial, orienta-se a mastigar os alimentos adequadamente e comer vagarosamente. Nas primeiras semanas, a principal causa de vômitos é a velocidade inadequada de ingesta, coisa que os pacientes são reorientados se necessário pela nutricionista.

Nos pacientes submetidos ao bypass gástrico sem anel de restrição, a incidência de vômitos secundários à operação é muito pequena. Já naqueles que tem anel no seu reservatório gástrico, o número de náuseas e vômitos a longo prazo é grande, podendo levar até a reoperação para retirada do anel. Estes sintomas levaram muitos grupos no Brasil a não utilizar o anel, já que não tem melhores resultados a longo prazo e podem ser causa de vômitos no pós-operatório. Nosso grupo no Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz nunca utilizou.

O mecanismo de como as operações bariátricas funcionam não é baseado em restrição, mas sim por alterações de secreção de hormônios do tubo gastrointestinal que regulam o apetite e saciedade.

Portanto, as cirurgias servem como uma ferramenta para o paciente utilizar para perder peso e melhorar as doenças associadas. Como qualquer pessoa, o paciente no pós-operatório deve seguir uma alimentação balanceada. Ser operado não o diferencia de ninguém. Ele tem as formas fisiológicas de manter seu peso e usar seu bom senso o ajudará a ficar assim.

A alimentação inadequada pode eventualmente levar o paciente a não obter controle do seu peso. A obesidade é uma doença crônica e progressiva e como outras enfermidades como o diabetes tipo 2 deve ser vigiada. A má alimentação raramente levará a qualquer sintoma como dor abdominal, porém as consequências em relação ao peso e ao não controle total das doenças associadas pode preocupar.

Existe um mito de que comer muito dilata o estômago. Como mencionado acima, o tamanho ou restrição sobre o estômago não são os mecanismos básicos de manutenção do peso. Estudos a longo prazo não demonstraram associação entre o tamanho do estômago (ou da costura que liga o estômago ao intestino) e controle total ou parcial (e mesmo não controle) da obesidade.

Cirurgias bariátricas e metabólicas são sem dúvidas as melhores opções terapêuticas para obesidade e suas doenças associadas quando o tratamento clínico falha, porém não há mágica: viver uma vida com atividade física regular e alimentação equilibrada fazem parte do sucesso a longo prazo.

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