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Os Giros da Família Girotto: relatos da São Silvestre pela Bruna

Redação - 11 de janeiro de 2018 - 09:15

Foto tirada de Gian (camiseta preta) e Bruna (camiseta amarela) ainda na avenida Paulista, no início da corrida (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto tirada de Gian (camiseta preta) e Bruna (camiseta amarela) ainda na avenida Paulista, no início da corrida (Foto: Arquivo Pessoal)

Relatos de Bruna

"A São Silvestre de 2017 foi uma corrida maravilhosa. Corri com meu pai, meus irmãos Guilherme e Gustavo e meu marido. A temperatura estava amena, caiu uma chuvinha antes da largada e o sol deu trégua para os corredores. Eu não consegui fazer a prova abaixo de 1h45, como havia planejado. Porém, fiz os 15km sem caminhar, como também havia planejado. Meu tempo líquido foi de 01:57:38. Eu corri sem me sentir cansada até o km 9. Tanto que eu não conseguia acreditar que meu pace estava abaixo de 7 minutos por quilômetro até aquele momento. O Gian, meu marido, que fez "surpresa" e correu a prova ao meu lado - detalhe: sem se preparar para isso - também disse que sentiu cansaço nas pernas nesse momento. O Gian já havia corrido a São Silvestre em 2016, e disse que não correria em 2017, em razão de outros compromissos que não lhe permitiriam treinar com afinco. No entanto, supreendeu-me quando se inscreveu e contou, no Natal (há 1 semana da prova), que faria isso porque um dia eu disse que queria correr ao lado dele a prova. Sabia que o máximo que ele havia corrido em 2016 era a distância de 8km, e que ele ainda sentia dores na virilha em razão de uma lesão crônica. Mas, ele se arriscou e foi, e eu prometi pra mim mesma que chegaria com ele até a linha de chegada. Quando eu percebi que ele havia se cansado e que ele estava querendo parar de correr, eu disse: "vamos diminuir o ritmo, vamos no trotinho que a gente consegue chegar lá". Ele disse: "Está faltando pernas, amor, você está com fôlego? Se estiver bem, vai embora, você treinou para isso!" Eu respondi: "Claro que não. A gente vai junto. Eu não vou deixar você para trás". Então, eu passei a fazer um trote mais lento e via ele um pouco atrás de mim, intercalando trote com caminhada rápida. Mas, sabia que ele estava com dor, cansaço e a cabeça dele estava mandando ele parar de correr. Por sinal, depois ele confidenciou isso para mim, que se parasse de correr naquele momento ele já estaria satisfeito. Isso tudo aconteceu quando já estávamos passando no bairro da República. Lembro, inclusive, do desespero dele ao avistar, anteriormente, a placa de 7km. Não havíamos chegado nem na metade da corrida e o cansaço estava começando a bater. rss Dali em diante, a minha meta de 1h45 havia mudado para não deixar o Gian desistir. Porque nesses 10 anos que participo de corridas de rua, aprendi que essas provas são formadas, em sua maioria, por corredores solidários. Por sinal, meu pai quando caiu na descida do Pacaembu, também notou isso. As pessoas, em sua maioria, são solidárias. Param, se preocupam e querem ajudar! Com o Gian, não faria diferente. No km 13, início da temida subida da Brigadeiro, mais uma vez, o Gian queria que eu fosse embora, porque ele dizia que notava que eu tinha fôlego. Eu disse que não ia e falei: "Estou muito feliz por estarmos correndo juntos a prova, e isso agora, é o que importa". Então, abaixei a cabeça, evitando de olhar para aqueles 2km intermináveis. Preocupei-me, apenas, em não andar. Quando chegamos na avenida Paulista, a uns 300 metros do pórtico de chegada, a emoção tomou conta de mim e dele. A gente acelerou a passada, como se não estivéssemos exaustos, e eu lembro que eu repetia: "estou muito feliz, meu Deus, obrigada". Eram milhares de pessoas que estavam na calçada da avenida esperando parentes chegar ou apenas olhando nós, atletas amadores, cruzarmos a linha de chegada. Lembro também que ao cruzar uma mulher falou: "Fiz a prova abaixo de 2 horas". Ali lembrei que no ano anterior, em 2016, eu tinha fechado a prova em 2h05. Isso me deixou mais orgulhosa ainda do meu desempenho, pois eu havia diminuído 8 minutos. Enfim, para quem curte correr, a São Silvestre é aquela prova para fechar o ano e eu indico! A minha prova-alvo que farei, em 2018, chama-se "Desafio do Inferninho", em uma estrada de terra em Campo Grande. Serão 8km de mais aventura, diversão e, principalmente, cuidados com a saúde! Que venham mais quilômetros para rodar neste ano que se inicia!"       

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