Com o largo placar favorável à cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética do Senado, a oposição espera agora que o plenário da Casa aprove a perda de mandato do peemedebista. Apesar do voto secreto no plenário ser favorável a Renan, a oposição está otimista com a possibilidade de cassação, uma vez que toda a bancada do PT no conselho votou favoravelmente à cassação de Renan.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que a adesão dos petistas à cassação pode fazer a diferença em favor da cassação. "O PT contribuiu para abalar a estabilidade do senador Renan Calheiros na presidência do Senado, no mínimo. Significa que no plenário o PT vai votar do mesmo jeito? Não sei, mas permite pensar numa possibilidade que antes estava morta", disse o líder.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) justificou todos os votos petistas favoráveis à cassação no Conselho de Ética com o argumento de que os senadores são livres para votar de acordo com suas consciências. "Nunca houve uma discussão direta, cada um vota de acordo com a sua consciência, mas na seqüência dos debates ele [senador João Pedro] foi se aproximando da gente", afirmou.

O voto do senador João Pedro (PT-PA) --favorável à cassação de Renan-- foi considerado a grande surpresa da reunião do conselho desta quarta-feira. Na semana passada, o petista havia votado junto com os aliados de Renan pelo voto secreto na sessão do conselho. Hoje, porém, o petista aderiu aos demais integrantes do partido para aprovar, por 11 votos a quatro, o relatório que pede a cassação de Renan.

Apesar de parte dos petistas defenderem a perda de mandato do presidente do Senado, a oposição teme que, com o voto secreto no plenário, muitos parlamentares não sustentem suas posições.

"No plenário, eu suponho que as pessoas repitam o voto, mas como é secreto, reconheço que podem haver mudanças", disse Virgílio.

O senador Renato Casagrande (PSB-ES), que defendeu a cassação de Renan em seu relatório no Conselho de Ética, disse esperar que o plenário mantenha o mesmo placar favorável à cassação. "Espero que o plenário siga o mesmo exemplo do Conselho de Ética e mantenha o Senado conectado com a sociedade brasileira", defendeu.

Aliado

Para o senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos mais fiéis aliados de Renan, o presidente da Casa vai escapar da cassação na votação secreta do plenário. "A decisão do conselho foi injusta, não reflete a verdade dos autos. Espero que o plenário tome a decisão acertada pelo arquivamento. O plenário e o conselho são instâncias diferentes", afirmou.



Folha Online