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Operação Zebra prende 13 envolvidos com jogos de azar

Márcia Wonghon e Aloisio Milani /Agência Brasil - 29 de agosto de 2007 - 21:03

Recife e Brasília - A Operação Zebra, deflagrada pela Polícia Federal e Receita Federal contra empresas de jogo de azar, prendeu 13 pessoas e apreendeu vários bens registrados em Pernambuco, São Paulo e Rio Janeiro. A ação buscava compater a sonegação fiscal e o contrabando feito pela organização criminosa que, segundo a Receita, movimentava cerca de 100 milhões por ano com os crimes. Segundo o último balanço da PF, dos 12 mandados de prisão expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal de Pernambuco, onze foram cumpridos em Recife e no Rio de Janeiro. Outras duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse e porte ilegal de arma. Os agentes lacraram mais de mil máquinas de caça-níqueis em 13 pontos de apostas da região metropolitana de Recife.

Um dos investigados é o proprietário de uma rede de loterias, Carlos Alberto Ferreira da Silva, de 48 anos. Segundo o superintendente da Polícia Federal, Jorge Pontes, há indícios de que o grupo usava loterias eletrônicas como fachada para praticar crimes de contrabando, sonegação fiscal, corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro. Ele disse que a quadrilha atuava também na Paraíba, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e São Paulo. Pontes informou o que vai acontecer com os envolvidos. “Os investigados irão permanecer cinco dias presos temporariamente e serão interrogados pelo delegado que conduz o inquérito. A ação visa fortalecer evidências sobre o cometimento dos crimes apurados”, disse.

O trabalho de investigação, que vinha sendo feito pela Polícia Federal juntamente com o Ministério Público Federal, começou há quatro meses. O início foi após denúncia de tráfico de entorpecentes em uma aeronave particular, que vinha de São Paulo, com destino a Recife e pousou no aeroporto dos Guararapes. A droga não foi encontrada mas a polícia apreendeu no local, um lap-top, que pertencia ao líder do grupo e a quantia de R$ 753 mil. Depois de perícias no notebook, os investigadores chegaram a conclusão da existência da organização criminosa, que possui uma fábrica de máquinas caça-níqueis em São Paulo e aluga equipamentos para bingos do estado e de estabelecimentos em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás.

O grupo movimentava uma média de R$ 100 milhões por ano, embora só declarasse legalmente 6% desse montante, o que representou prejuízos de R$ 180 milhões em impostos sonegados, nos últimos cinco anos. Além das prisões, a Justiça determinou o seqüestro de bens dos envolvidos a exemplo de relógios importados, carros e apartamentos de luxo, lanchas, um helicóptero e um avião a jato, que contabilizam um patrimônio superior a R$ 50 milhões, segundo a Receita Federal. Somente em Pernambuco os grupos tinham 450 filiais. Para sonegar impostos e contribuições, os responsáveis pela fraude mantinham contabilidade paralela e utilizavam "laranjas" nas operações financeiras para ocultar o patrimônio.

Caso sejam condenados pelos delitos, os integrantes da organização poderão cumprir penas que variam de 6 meses a 12 anos de reclusão.




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