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Operação Alquimista: Polícia Federal prende 23 pessoas

Elaine Patricia Cruz /Agência Brasil - 20 de outubro de 2007 - 19:08

São Paulo - Um acusado de participar da organização criminosa que tentou fraudar o Banco do Brasil em aproximadamente R$ 1 bilhão continua foragido, informou a Polícia Federal (PF). Hoje (19), a Operação Alquimista prendeu 23 pessoas pela tentativa de aplicar o golpe bilionário contra a instituição.

Segundo o delegado Rodrigo de Campos Costa, responsável pela investigação policial, a tentativa de golpe teve início há cerca de dez anos, com um erro de digitação do próprio banco em um informe para o Imposto de Renda enviado para um correntista, um aposentado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de Americana – interior de São Paulo.O erro foi corrigido, mas o correntista, de acordo com a PF, aproveitou-se do fato para tentar o golpe anos mais tarde. A intenção era induzir o banco ao descuido, fazendo o valor informado incorretamente ser creditado em sua conta.

Segundo a PF, o grupo agia havia cerca de dois anos com a ajuda de funcionários da instituição. De acordo com o Banco do Brasil, no entanto, o esquema foi descoberto a tempo e não houve prejuízo para a empresa.

Na ação, foram presos dois auditores da Receita Federal, dois analistas do Banco do Brasil, quatro advogados, um delegado aposentado da Polícia Federal, um coronel de reserva do Corpo de Bombeiros, que seria também um ex-deputado estadual do Rio de Janeiro, e doleiros. Como a operação corre sob sigilo, nenhum nome foi divulgado pela Polícia Federal.

“Quando ele [correntista] recebeu o documento, imediatamente negou a propriedade. Foi ao banco e, em princípio, esse erro teria sido corrigido. Mas ele tinha a cópia desse informe de rendimentos. Passado algum tempo, ele conheceu membros da organização que o convenceram de que haveria um jeito de fazer existir esse valor. Por isso, o nome da operação é Alquimista: uma situação em que aparentemente não há valor algum e se tentou criar uma situação em que haveria um valor suntuoso”, afirmou o delegado.

Enquanto apurava esse crime, a Polícia Federal localizou um grupo especializado em enviar dinheiro a paraísos fiscais. O objetivo, informaram os investigadores, era fazer a lavagem do dinheiro que seria retirado do Banco do Brasil.

“Por meio desse alvo, identificamos uma rede de doleiros que atua nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e em Brasília. Basicamente, a modalidade em que esses doleiros atuavam tinha como base um sistema conhecido como dólar-cabo, que são transferências entre contas no exterior”, explicou o delegado Costa em entrevista coletiva na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

Ao todo, 152 policiais federais participaram da operação, que cumpriu 26 ordens de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Distrito Federal. Foram recolhidos documentos, discos rígidos de computadores e R$ 65 mil.

Os envolvidos vão responder por crimes de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, tentativa de estelionato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, com penas que variam de cinco a dez anos de reclusão.


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