A taxa de desemprego de jovens com idade entre 16 e 24 anos supera em três vezes o índice entre adultos. A informação foi dada pelo diretor-adjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT), José Carlos Ferreira, em entrevista à Rádio Nacional AM. De acordo com Ferreira, quase 90 milhões de jovens encontram-se sem emprego em todo o mundo. Já entre os empregados, 60% atuam na informalidade.

"Este é um fenômeno mundial, o que faz com que o problema se torne mais acentuado para os jovens e, conseqüentemente, comprometa ainda mais o futuro desta geração", afirmou.

Para Ferreira, a situação chegou a esse ponto por dois motivos: a explosão demográfica e a globalização. "O crescimento da população contribui para uma pressão maior dentro do mercado de trabalho. Já as inovações tecnológicas desenvolvidas com a globalização permitem um uso cada vez menor de mão-de-obra", disse ele.

José Carlos Ferreira ressaltou que a baixa qualificação profissional também contribui para o desemprego. "Quando a criança deixa de estudar para trabalhar e ajudar a família, ela fica fadada a não conseguir um bom emprego e repetir a história de seus pais, vivendo com salários insuficientes e forçando seus filhos a seguirem os mesmos passos", acrescentou.

A solução para o problema, segundo Ferreira, exige uma ação conjunta de vários setores do governo. Para ele, políticas públicas nacionais devem estabelecer metas de geração de emprego juvenil. Além disso, é preciso propor incentivos para que pequenas e médias empresas contratem jovens. "O emprego é o elemento que faz a interligação entre o econômico e o social", concluiu.