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Ocorrência de dengue sobe quase 15 vezes no Estado

Nadyenka Castro e Aline dos Santos / Campo Grande News - 27 de dezembro de 2006 - 13:29

O número de casos de dengue em Mato Grosso do Sul aumentou quase 15 vezes em um ano. A explicação da saúde pública é a ocorrência de chuvas. A lógica é simples: quanto maior a incidência de chuvas, mais locais acumulam água parada e mais rápido o mosquito transmissor da doença se reproduz e, conseqüentemente, infecta pessoas.

Para evitar que o Estado tenha uma epidemia da doença, as autoridades pedem colaboração da comunidade, em especial neste período do ano- de festas e em que as chuvas são mais freqüentes.

No ano passado foram 569 casos de dengue no Estado. Paranaíba, a 410 quilômetros de Campo Grande, foi a campeã em pessoas doentes: 288. Ninguém morreu com a doença em 2005, ao contrário deste, em que foram cinco mortes.

Em 2006, 8.295 pessoas foram contaminadas pela doença, 14 pelo tipo hemorrágico, o mais grave. Paranaíba registrou 113 casos. Três Lagoas foi a campeã: 2.183, seguida por Dourados 1.618 e Campo Grande, 1.418, sendo que uma pessoa morreu. Em Três Lagoas foram três mortes e uma em Cassilândia.

De acordo com Cleize Wolf Fedrizzi, superintendente de Epidemiologia e Vigilância em Saúde do Estado, para evitar que o cenário se repita ou seja mais trágico em 2007, a população precisa se conscientizar da importância de manter terrenos limpos e de não deixar água parada, seja limpa ou suja. “A comunidade precisa ter cuidados básicos. Tudo que for água parada é problema”.

O coordenador técnico operacional da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande, Mauro Lúcio Rosário, explica que é preciso “evitar qualquer possibilidade de acúmulo de água”. Ele faz outro alerta: o destino das embalagens.

Neste período do ano, aumenta a compra de alimentos e consumo de uma forma geral. Com isso, há mais embalagens em circulação. Jogá-las em terrenos baldios, deixar latas abertas, sacos plásticos em locais úmidos, propicia mais condições para a reprodução do mosquito e conseqüente proliferação da doença. “Com as embalagens, aumenta o número de depósitos de água. Aliado à chuva, se não cuidarmos, podemos ter uma epidemia com certeza”.

Apesar da quantidade de casos, Mauro Lúcio diz que ainda não há uma epidemia na Capital. Já que os casos são em locais aleatórios. Cleize também confirma que não há epidemia nem surto da doença no Estado.

Em Campo Grande, os casos de dengue são notificados com mais freqüência nos bairros Aero Rancho, Jóquei Clube, Tiradentes, Coophavila e Los Angeles. No Jóquei, o posto de saúde registrou quatro casos em novembro e já 13 neste mês. O número de doentes ainda pode ser maior, uma vez que muitas pessoas se dirigem ao posto de saúde do Guanandy, que é 24 horas.

Moradores do bairro reclamam do descuido com terrenos, um em especial causa preocupação. Ele fica na Rua das Margaridas, em frente à casa de Maria Antônia de Souza, de 69 anos. O sobrinho dela, Rubens, teve dengue e ficou uma semana de cama.

Segundo outro morador, Frank Silva Maia, a dona do terreno teria dito não ter dinheiro para mandar limpar a área. Também morador da região, Vicente Ferreira, de 50 anos, tem ainda preocupação com a leishmaniose. Ele conta que seu cachorro foi recolhido na vizinhança e sacrificado, apontando ainda a existência de escorpiões e ratos.

Perto dali, na Nhá Nhá, muitos moradores adoeceram. Entre eles, Marli Nakamura, de 35 anos, que acredita ter tido o tipo hemorrágico (ficou uma semana internada no Hospital Universitário) e a mãe dela, Aparecida. Marli diz que não é freqüente a passagem do agente de saúde, o que pode ter contribuído para o descuido da comunidade.

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