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OAB: Exame não pode ser válvula de escape
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, criticou hoje (13) a proliferação das faculdades de Direito de baixa qualidade no País e a busca incessante do lucro pela maioria delas, condenando o que chamou de "indústria do diploma" no Brasil. "A ganância da indústria do ensino se tornou em nosso País uma realidade abominável, que compromete a qualidade do nosso mercado de trabalho e, por extensão, gera danos consideráveis à cidadania e à distribuição de Justiça". Segundo Busato, "o Exame de Ordem não pode se transformar uma válvula de escape para a péssima qualidade do ensino jurídico no Brasil".
"Sem mão-de-obra qualificada, como supor o aprimoramento da prestação jurisdicional no País, meta fundamental da reforma do Judiciário ?", questionou o presidente da OAB. Ele observou que o reflexo direto da má formação oferecida por muitas faculdades são advogados e magistrados ruins, despreparados para exercer a profissão.
"Trata-se de recompor os alicerces da profissão, corroídos pela voracidade dos mercadores do ensino, comprometidos tão somente com lucros fáceis, desconhecedores do sentido missionário da educação e do Direito", afirmou Roberto Busato. Em relação ao crescimento exagerado do número de faculdades e cursos jurídicos no Brasil, o presidente nacional da OAB lembrou que "quantidade sem qualidade gera apenas tumulto e resulta em descrédito".
Busato está no Mato Grosso do Sul participando do Encontro Regional de Presidentes de Seccionais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.