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Mundo Fitness: o que são as calorias? Elas são sempre algo nocivo à saúde?

Mundo Fitness

Portal Educação Física - 02 de dezembro de 2023 - 11:00

Mundo Fitness: o que são as calorias? Elas são sempre algo nocivo à saúde?

Por definição clássica, nascida na Física, a palavra “caloria”, que já carrega em si seu próprio foco, significa a representação da unidade de medição do calor, ou seja, a quantidade de calor necessária para aumentar de 14,5°C para 15,5°C (em 1 °C) a temperatura de um quilograma de água (grande caloria) ou de um grama (pequena caloria), sob pressão atmosférica normal. Também é definida, mais simplificadamente, como quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um grama de água de 0° a 100°C.

A verdade é que o conceito de calorias e a compreensão que dela se faz necessária, relacionada à nossa alimentação, é justamente a associação entre a definição anterior, de medida de calor, (entendida como energia química bruta dos nutrientes em cada alimento) que é metabolizada pelo organismo humano com a finalidade original de gerar energia para o funcionamento do corpo. Ou seja, é o alimento que vai nos fornecer energia necessária para nossa sobrevivência.

A energia é considerada uma das principais “moedas correntes” na nutrição, contudo, ela não é o eixo, foco e único fator importante que determinará a nocividade ou inocuidade à nossa saúde.

Assim, como tudo na nutrição, deve haver o equilíbrio entre QUANTIDADE, QUALIDADE, HARMONIA e ADEQUAÇÃO (Leis da Alimentação de Pedro Escudero, 1937). Se em excesso, as calorias, ou seja, “essa energia” advinda de nutrientes do alimento como: carboidratos, gorduras e proteínas, não sendo metabolizada, ficará estocada, prejudicando nosso corpo e, inclusive, a depender da fonte calórica em maior excedente, levará ao ganho de peso, muitas vezes indesejado, surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade e até síndrome metabólica.

A susceptibilidade a outras patologias também já começa a ser estudada como consequência do exacerbado consumo calórico nas dietas da atualidade e podem levar a graves desfechos.

Se, em deficiência calórica, o corpo também sentirá consequência graves. De uma pequena alteração de perda de peso ou do funcionamento dos sistema digestivo, surgimento de doenças associadas, até o desenvolvimento da própria desnutrição energético-protéica são verificados.

Nos dois extremos, teremos sempre o acometimento por comorbidades que se associam a esse balanço calórico desequilibrado.

Existe um máximo e um mínimo de calorias que deve ser ingerido?

O primeiro a ser entendido deve ser o conceito de metabolismo basal. Fortalecendo a ideia de que as calorias nem sempre são nocivas à saúde, o “metabolismo basal” é a energia necessária para manter processos básicos da vida, como respiração, circulação, reparação e renovação dos tecidos. É a geração de calor suficiente para manter a regulação de temperatura do corpo.

Cada pessoa tem uma necessidade específica de calorias a serem consumidas e isso vai variar em muitos aspectos, que vão desde as dimensões do seu corpo e da composição corporal, a sexo, idade, nível de atividade física, estado de saúde, entre outros fatores. E são feitos cálculos específicos para determinar cada valor individual, através de fórmulas pré-estabelecidas em grandes estudos populacionais e na literatura da Ciência da Nutrição aplicados a cada situação.

Portanto, é algo minucioso, complexo e de extrema importância, ato que apenas o profissional nutricionista está habilitado a realizar com toda propriedade, baseado em exame físico-clínico e outros observacionais ao longo de um atendimento nutricional.

O que seria essa energia química? Como entender melhor o valor energético do alimento?

Historicamente, os mamíferos precisam manter-se aquecidos e pôr em movimento todos os processos necessários à própria vida. Toda essa energia é derivada da combustão química dos alimentos, significando o processo, o qual requer oxigênio e que irá produzir dióxido de carbono e água. “…o principal estímulo à ingestão de alimentos é a necessidade do ser humano em manter um suprimento apropriado de energia e esse estímulo, por alguns chamado de “apetite””.

O processo é cíclico, mas consideremos que o principal estímulo à ingestão de alimentos é a necessidade do ser humano em manter um suprimento apropriado de energia e esse estímulo, por alguns chamado de “apetite” e, muitas vezes, associado ou não ao estímulo fisiológico da fome (outro processo metabólico com inúmeros interferentes que iremos tratar em outro momento), interfere na ingestão de todos os outros nutrientes.

Nos seres humanos, a energia fornecida pelos alimentos origina-se de “três grupos alimentares” principais: carboidratos, gorduras e proteínas. Esses são conhecidos como macronutrientes e cada um pode ser subdividido em vários subtipos com teores calóricos discretamente diferentes. A energia proveniente dos macronutrientes depende de processos químicos mais específicos, com reações e vias metabólicas também específicas.

Obs: Existe ainda o álcool que também fornece calorias, quando consumido, o que também deve ser acompanhado de forma concomitante (ver artigo sobre consumo de álcool).

Quando elas devem ser entendidas como responsáveis pelo sobrepeso?

O equilíbrio de energia pode ser definido como a resultante zero entre a ingestão de alimentos, bebidas e suplementos e seu consumo, pelo metabolismo basal, efeito térmico do alimento e a atividade física voluntária. Ou seja, “quanto eu consumo de energia e quanto eu gasto/aproveito desta”, seria a balança do equilíbrio energético.

O desempenho das atividades cotidianas e o estado de saúde dos indivíduos dependem, entre outros fatores, da qualidade e quantidade de alimentos ingeridos por meio da dieta. O desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético leva ao balanço energético positivo ou negativo.

Ingestão insuficiente de macro e micronutrientes, resultando em balanço calórico negativo, pode ocasionar perda de massa muscular, perda de peso e/ou maior incidência de lesão, disfunções hormonais, osteopenia/osteoporose e até maior frequência de doenças infecciosas.

O balanço energético positivo, maior ingestão de calorias do que gasto, é a condição básica para o desequilíbrio energético, ganho ponderal de peso e, até o aparecimento da obesidade, alteração nutricional mais importante em termos de problema de saúde pública e suas comorbidades.

Em casos como sobrepeso e, até obesidade, o que ocorre no organismo é justamente isto: o balanço energético positivo, só que, às vezes, em excesso e constante, favorecendo que, cada vez mais, os nutrientes dos grupos alimentares (carboidratos, gorduras geralmente em maior quantidade nesses casos) se acumulem e não sejam devidamente metabolizados, pois, o que é ingerido, é a mais do que o suficiente para o gasto do corpo.

Sendo assim, isso se reflete em aumento de massa corporal, de composição desequilibrada (por exemplo, mais massa gorda do que massa magra, para aqueles que consomem mais fontes calóricas gordurosas em excesso, do que proteicas) e aumento do peso. Uma pessoa sedentária por exemplo, coopera ainda mais para esse processo, pois, além do gasto basal energético que possuímos, inclusive em repouso, ela não se exercita, deixando de “queimar” as calorias a mais ingeridas, em atividades como uma caminhada, subir escadas, andar de bicicleta ou mesmo ter um exercício físico regular e monitorado por profissional habilitado.

A necessidade calórica dietética é influenciada pela hereditariedade, sexo, idade, peso e composição corporal, condicionamento físico e fase de treinamento, levando em consideração sua frequência, intensidade, duração e modalidade. Ou seja, é algo muito particular, individual e vai depender, inclusive, de outros fatores externos interferentes. Por isso, é necessário o profissional nutricionista, nesse sentido, para guiar a melhor conduta dietética para o objetivo pretendido.

Referências:
BRASIL – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de Orientação aos Consumidores: educação para o Consumo Saudável. Universidade de Brasília- Brasília: Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2005.
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