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O que disse Lula em Corumbá

Gabriela Guerreiro/Agência Brasil - 12 de outubro de 2003 - 14:55

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu ontem que, “se Deus quiser”, as reformas tributária e da Previdência Social estarão aprovadas pelo Congresso Nacional até o dia 15 de dezembro deste ano. Ao discursar no município de Corumbá (MS), Lula garantiu que, se o Congresso Nacional decidir modificar o texto da reforma tributária, ou mesmo apresentar uma nova proposta, terá o seu apoio. “Se não é essa que está lá, é outra, que façam. Mas precisa ser feita. Não pode ficar esse país cobrando o tributo que cobra hoje daqueles que querem investir”, defendeu.

Desde que enviou a reforma tributária ao Congresso, o presidente vem enfrentando uma série de críticas sobre as propostas. Muitos governadores que, inicialmente, apoiaram a reforma, alegam agora que ela sofreu mudanças que vão resultar em perdas aos estados. O presidente aproveitou o evento em comemoração ao aniversário de 26 anos de criação do Mato Grosso do Sul para rebater as críticas de que a reforma tributária é de interesse pessoal seu ou do governo federal. “Uma reforma tributária nesse país não é para beneficiar o presidente ou o Executivo. Ela se faz necessária para que a gente possa desonerara a produção e as exortações e transformar um país num mercado globalizado. Não é uma coisa de interesse do presidente, mas de interesse do país”, enfatizou.

Na avaliação de Lula, muitos governantes não conseguiram aprovar as reformas por não manterem uma boa relação com o Congresso Nacional, com os governadores e com os prefeitos das grandes capitais. “Muitos tentaram durante muitos anos e não conseguiram. Não porque não tinha qualidade, não porque não quisessem”, ressaltou.

Sobre a reforma da Previdência, Lula disse que, se ela não for feita de fato, muitos estados que já estão “quebrados” não terão em curto prazo condições de pagar benefícios aos servidores estaduais. “Fizemos a reforma da Previ não porque o presidente queria. Fizemos a reforma porque os estados brasileiros, com raríssimas exceções, estão quebrados. A maioria não tem dinheiro para pagar 13o. Se continuasse como era, possivelmente em dez anos nenhum estado teria dinheiro para pagar os benefícios aos trabalhadores brasileiros”, enfatizou.

Além das reformas tributária e previdenciária, Lula voltou a defender a realização de uma ampla reforma política e, também, a tão “sonhada” reforma agrária. Segundo Lula, a reforma agrária vai ser realizada em seu governo, mas não somente como transferência dos “miseráveis urbanos” para o campo “para continuarem miseráveis rurais”. O presidente garantiu que a reforma agrária vai assentar os trabalhadores sem-terra e oferecer condições para que possam produzir e gerar renda.


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