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Geral

O processo de instrução envolve uma série de etapas

29 de junho de 2009 - 07:50

O processo de instrução envolve uma série de etapas (aulas, unidades, cursos, graus), do qual cada objetivo instrucional é apenas uma pequena parcela.
Assim, cada objetivo, ao ser formulado, deve ser feito no sentido de que, adicionando-se a todos os demais, resulte no atingimento dos objetivos educacionais e dos fins da educação.
Os comportamentos evidenciadores da aprendizagem, a serem demonstrados pelos alunos ao longo e ao final de sua vivência escolar, não são, evidentemente, de igual nível de complexidade. Por exemplo, ao nos propormos formar bons professores ou bons advogados ou bons médicos, desenvolvendo o espírito crítico e as aptidões criadoras dos estudantes, estaremos considerando objetivos de categorias diferentes:
cognitiva: referente a conhecimentos e habilidades intelectuais e
afetiva: referente ao desenvolvimento de atitudes e valores.
Habitualmente, é conferida maior importância aos objetivos da primeira categoria (cognitiva), pois os cursos são normalmente definidos e analisados segundo seus respectivos programas. Os objetivos instrucionais estão, por isso, em sua maioria, relacionados a esse domínio. No entanto as modificações de atitudes, que dizem respeito à formação da personalidade, são de grande significação, em especial no ensino de 1º grau.
Assim, ao professor que planeja aulas, unidades e cursos, cumpre conhecer a classificação dos objetivos, para que possa:
compreender melhor a relação entre as várias experiências de aprendizagem e modificações que ocorrem nos alunos, de modo a assegurar um ensino mais efetivo; e
ordenar as suas diversas intenções a respeito do processo de instrução, desde as mais simples até as mais complexas, de modo a favorecer a aprendizagem.
Distingue BLOOM, três categorias de objetivos, das quais apenas as duas primeiras estão bem definidas: objetivos cognitivos, objetivos afetivos e objetivos psicomotores.

Domínio cognitivo
No domínio cognitivo, os objetivos se seqüenciam do nível mais simples para o mais complexo, portanto é a complexidade o princípio que norteia a classificação dos objetivos da Taxionomia.
Veja os diversos níveis.
Conhecimento: habilidade de reconhecer dados específicos; meios para tratar com dados específicos e, dados universais e abstrações de domínios particulares.
Compreensão: habilidade de exprimir com precisão conceitos, identificando-os em situações diversas, demonstrando-os ou explicando-os.
Aplicação: habilidade de empregar princípios, regras ou métodos adquiridos na resolução de situações-problema.
Análise: habilidade de distinguir elementos de uma comunicação, sua inter-relação e estruturação.
Síntese: habilidade de estruturar um corpo de conhecimento pessoal; elaborar planos de uma seqüência de operações; de deduzir relações abstratas, produzindo trabalhos originais.
Avaliação: habilidade de verbalizar julgamentos, a partir de observações sobre a estrutura do material ou a partir de critérios externos ao material, selecionados ou evocados.

Domínio afetivo
Enquanto a importância do domínio cognitivo elaborado por BLOOM é largamente reconhecida, seu domínio afetivo é menos conhecido.
Este domínio é o dos objetivos ligados às aspirações, às apreciações, às atitudes e aos valores e está centrado na noção de interiorização, chamada também “internalização”. A interiorização mais elementar se reduz à tomada de consciência de que uma coisa existe e, num grau superior ele se manifesta por uma atitude que é elemento essencial do caráter do sujeito. Temos então, a seguinte sequência do domínio afetivo à qual, segundo BLOOM, correspondem os níveis do domínio cognitivo.
Os níveis propostos por BLOOM para este domínio são:
Receptividade: envolve tomada de consciência, desejo de receber, atenção espontânea.
Reação: envolve aceitação de um estímulo, vontade de reagir, satisfação proporcionada pela resposta.
Valorização: envolve aceitação de um valor, preferência por um valor, realização pessoal em função de um valor.
Organização: envolve conceituação de um valor, organização de um sistema de valores.
Caracterização: envolve o ato de assumir um conjunto de valores, crenças, idéias e atitudes consistentes.

Domínio psicomotor
O domínio psicomotor não está estudado satisfatoriamente em BLOOM. ELIZABETH SIMPSON propõe a seguinte classificação: percepção, predisposição, resposta orientada, resposta mecânica e resposta complexa evidente.
Percepção: é o primeiro passo na execução de uma ação motora. É processo de tomar conhecimento de objetos, qualidade, ou relações, por meio de sentidos. É a parte principal da cadeia situação-interpretação-ação que conduz à atividade motora proposta.
Predisposição: é o ajustamento preparatório ou prontidão para um tipo particular de ação. Esta preparação tem três aspectos: mental, físico e emocional.
Resposta orientada: é o passo inicial no desenvolvimento da habilidade. A resposta orientada é a ação comportamental evidente de um indivíduo sob orientação de um instrutor.
Resposta mecânica: a resposta aprendida torna-se habitual. Ao alcançar este nível, o aluno adquiriu uma certa confiança e um grau de habilidade na execução do ato. Este ato habitual forma parte de seu repertório de possíveis respostas aos estímulos e às demandas em que a resposta é a única apropriada.
Resposta complexa evidente: neste nível, o indivíduo pode desempenhar um ato motor que é considerado complexo, em razão do padrão de movimentos requeridos.



(*) é professor universitário, jornalista e escritor

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