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"O Papa é apenas coerente com os princípios da Igreja”

Agência Brasil - 16 de outubro de 2003 - 13:52

Nesta entrevista concedida por e-mail, na quarta-feira, Lorscheider evita simplificar a trajetória de Karol Wojtyla e sua importância para os católicos em frases feitas. “No que é imutável na doutrina e na moral da Igreja o Papa permaneceu firme; no que é temporal e espacial como certas atitudes opressoras do ser humano ele foi progessista, foi um profeta que não deixou de julgar criticamente, à luz da fé, os mais diversos acontecimentos”, diz.

Agência Brasil - Olhando para trás, depois de tantos feitos, qual a importância de João Paulo II para a Igreja?
Aloísio Lorscheider - Deu a ela uma amplidão missionária

Agência Brasil - O fortalecimento do comunismo em determinados períodos do século passado pode ser considerado um desafio para o mundo católico? O surgimento e o fortalecimento das chamadas crenças emergentes também?
Aloísio Lorscheider - O maior desafio foi o secularismo, o imediatismo, o consumismo. A negação da transcendência e a só afirmação da imanência.

Agência Brasil - Os críticos de Karol Wojtyla o acusam de ser conservador, mas a História prova que poucos Papas se posicionaram tão a frente de seu tempo quanto ele em algumas situações. Para o senhor, a que se deve esta característica de ser, ao mesmo tempo, interpretado por uns como um pontífice conservador e por outros como progressista?
Aloísio Lorscheider - O Papa foi apenas coerente com os princípios da Igreja. No que é imutável na doutrina e na moral da Igreja o Papa permaneceu firme; no que é temporal e espacial como certas atitudes opressoras do ser humano ele foi progessista, foi um profeta que não deixou de julgar criticamente, à luz da fé, os mais diversos acontecimentos. Entra aqui a problemática da justiça e dos Direitos Humanos.

Agência Brasil - A condução da Igreja sob João Paulo II pode ser resumida? Que pontos o senhor classificaria como os mais marcantes?
Aloísio Lorscheider - A sua firmeza e coragem em enfrentar os poderosos deste mundo. Não se deixou intimidar, nem mesmo depois de ter sido alvejado no dia 13 de maio, na Praça de São Pedro.

Agência Brasil - Quais, na opinião do senhor, foram os maiores obstáculos enfrentados por João Paulo II? O senhor acredita que a posição frente às guerras, a luta pelos Direitos Humanos e a justiça social são as maiores bandeiras deste Papa?
Aloísio Lorscheider - João Paulo II enfrentou incompreensões e mal-entendidos e permaneceu firme no que tange o bem do mundo através do bem da Igreja. Ele se pautou sempre pelos princípios evangélicos. Direitos humanos, justiça social, clamor pela paz face às tendências beligerantes de alguns, foram algumas das bandeiras empunhadas por ele.

Agência Brasil - Depois de um quarto de século com João Paulo II no comando da Igreja, os católicos mergulham no debate sobre a sucessão de Wojtyla. Em que este debate pode culminar? Está em jogo a sucessão do Papa ou o futuro da Igreja (sua condução e fisionomia)?
Aloísio Lorscheider - A Igreja não teme o futuro. Olhando para o passado, pode se ter certeza de que o seu sucessor fará o bem que os seus predecessores já fizeram. Começando no século XIX com Gregório XVI, passando por Pio IX, Leão XIII, Pio X, Bento XV, Pio XI, Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, e agora João Paulo II, houve alguma interrupção de crescimento eclesial?

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