Depois do talão de cheques, o cartão do banco. O número de inscrição do CPF vai aparecer em cartões de crédito e de conta corrente. A autorização faz parte de uma série de instruções normativas da Receita Federal publicadas no Diário Oficial da União. A produção dos novos cartões depende apenas da aprovação de convênios entre os bancos e a Receita. A novidade amplia a quantidade de documentos que podem substituir o cartão oficial do Cadastro de Pessoas Físicas e reduz a chance de fraudes. O CPF já aparece em carteiras de identidade e de motorista.

Os novos cartões de banco, segundo a Receita, permitem que o vínculo do cidadão com o CPF fique cada vez maior. Além disso, evita que ele porte diversos documentos ao mesmo tempo. De acordo com o supervisor Nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir Figueiredo, trata-se de um documento fundamental em diversas negociações. “Todas as atividades comerciais dependem do CPF. Até para hospedagem, as empresas estão pedindo o número do documento”, argumenta.


No caso dos cartões de banco, Joaquim Adir afirma que ainda não há convênio fechado. Mas pode haver acordo para ir além da mera inserção do número do CPF na frente do cartão. “Por enquanto, a idéia é apenas colocá-lo no cartão, mas pode ser negociada a inserção do CPF nas informações reunidas na tarja magnética, para dar mais segurança às movimentações financeiras”, antecipa.


O vigilante Alexandre Arnoud, 35, aprova a novidade. “É mais fácil de levar na carteira. Se o número constar também no cartão de banco, será melhor, posso deixar o CPF em casa e andar com um documento a menos”, ressalta.


A instrução normativa também traz novidade em relação a declaração de isentos do Imposto de Renda (IR). De acordo com Joaquim Adir, se o contribuinte ficar dois anos sem prestar contas ao Leão, terá o CPF suspenso, e não mais cancelado. Assim, ficará mais simples a regularização do documento.



Modelo de papel continua valendo
Muito antes de liberar a inscrição do CPF no cartão de banco, a Receita Federal começou a substituir o documento antigo, em papel. O novo CPF é azul, com detalhes em branco, de plástico PVC semi-rígido e com tarja magnética. A substituição dos documentos antigos pelos novos está sendo gradual.

O CPF não é feito em papel há sete anos, mas quem possui o antigo modelo não é obrigado a trocá-lo, informa a Receita. Desde 1997, o documento vem sendo substituído pelo de PVC. Segundo Joaquim Adir, 100 milhões de brasileiros têm registro no Cadastro de Pessoas Físicas.


Mais da metade já possui o novo modelo. O cidadão que pede primeira ou segunda via do documento, por exemplo, já recebe o cartão. Uma das vantagens do modelo é evitar a fraude, porque as informações escritas no cartão são confirmadas por leitura magnética. O CPF pode ser pedido nas agências da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil ou dos Correios. O custo é de R$ 4,50.