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Geral

O dilema da escolha profissional

Catho - 19 de agosto de 2015 - 19:00

Quando somos crianças, brincamos com nossos amiguinhos de escola, imaginamos as mais diversas situações em brincadeiras de casinha, de médicos no hospital, de soldados na guerra, somos papai ou mamãe. Assim, estamos representando personagens que possuem uma história, uma profissão e determinadas características pessoais.

Depois, deixamos para lá o mundo do faz-de-conta. Aí, começam outras preocupações: tirar boas notas na escola, ganhar os jogos de futebol, dançar nas baladas, andar de patins, comprar o disco mais legal, encontrar a turma… Até que chega o problema maior: é preciso escolher uma profissão e ingressar em uma faculdade.

Tomar decisões vocacionais relevantes não é tarefa fácil para um adolescente em nossa sociedade. Geralmente, a maioria dos adolescentes só tem conhecimento mais detalhado de algumas, entre as inúmeras profissões que existem. Apesar disso, precisa se preparar para ocupar um lugar nesse pouco familiar mundo dos adultos.

Aqui, as experiências e as expectativas familiares também aparecem. A mãe quer que o filho estude Medicina, o pai prefere Engenharia, mas há um tio que é agrônomo, ganhando muito dinheiro, e a moda é arquitetura. E você o que você quer?

É preciso conhecer os interesses pessoais, as aptidões, saber como é a personalidade, o “eu”. Ao mesmo tempo, é necessário perceber a realidade externa, incluindo a família, a escola, a comunidade onde vivemos, a sociedade na qual vamos atuar, além de perceber o papel profissional e o real significado da escolha feita.

Esta situação fica mais fácil, após o levantamento dos possíveis cursos universitários e das profissões que parecem interessantes e acabam despertando maior interesse. Essa atitude previne as perigosas idealizações projetadas para o futuro.

O papel da família nesta escolha

A família pode ajudar o adolescente a realizar essa escolha tão importante, procurando não colocar suas expectativas no filho. Dessa maneira, é possível prevenir a atitude da realização através do filho, quando a família faz com que ele se torne no futuro o que os pais não conseguiram realizar. Essa postura minimiza, também, a culpa que os pais sentem quando o filho fracassa.

Isso geralmente acontece quando os pais estabelecem metas ou exigências excessivamente altas para si próprios e para os filhos. Claro que os pais querem compartilhar as escolhas, os sucessos e até as decepções que os filhos vivenciam. E existe uma angústia familiar em relação à escolha feita pelo adolescente e ao acerto das decisões tomadas.

A participação da família nesse momento de decisão deve ser feita por meio de conversas esclarecedoras sobre o rendimento escolar, sobre os estudos na faculdade, e sobre o mercado de trabalho. Aconselhando o adolescente e ajudando-o a entender melhor o que quer para sua futura vida profissional, essa carga de angústia diminui e há mais tranquilidade e condições de fazer a escolha mais adequada.

Quando as expectativas familiares não recaem sobre o adolescente, ele tem mais condições de escolher corretamente e de dizer sim para o que realmente quer, ao mesmo tempo em que sabe que sua escolha conta com o respaldo familiar.

Por isso, conhecer bem a si próprio, saber o que o coração “pede”, ter informações sobre as profissões e o mercado de trabalho, compartilhar as dúvidas com a família e contar com o apoio familiar são etapas de um processo de crescimento e de tomada de decisões que tornam a escolha profissional menos angustiante.

Seguindo estes passos o jovem enfrentará obstáculos, como o vestibular, com uma visão mais clara dos fatos, optando por aquilo em que acredita ser a melhor opção de vida para exercer seu papel profissional no mundo adulto.

(*) Fátima Almeida é psicóloga formada pela universidade Farias Brito, em Guarulhos, grande São Paulo, com especialização em Psicologia Clínica. Trabalha desde 1977 como psicóloga e psicoterapeuta no atendimento de crianças, adolescentes e família. A profissional é especializada em casos de anorexia, bulimia, dores crônicas, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), fobia social e dependência química. Sua formação em psicodrama no Instituto Levi Moreno foi orientada pelo professor Dr. Dalmiro Bustos, e seu trabalho com adolescentes e família é orientado e supervisionado pelo Dr. Içami Tiba.

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