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Geral

O desafio de começar a correr

Renato Dutra (Tribo em Forma) - 11 de outubro de 2018 - 11:00

Quem não corre simplesmente não consegue entender qual o prazer que há nessa atividade. Alguns inclusive tiram sarro: “Está correndo por que ? Qual a pressa ?”. Enfim, muitos acham que é coisa de maluco. Afinal, correr cansa. Na cabeça dessas pessoas, correr é um saco, além de exaustivo. No entanto, já vi muita gente que decidiu começar a correr, ainda que com bastante desconfiança se isso iria de fato fazer bem. E aí o iniciante fica numa encruzilhada: como está no começo, há mais sofrimento do que prazer. O que fazer? Desistir ou insistir com essa suposta maluquice?

Sempre que tenho a oportunidade de conversar com quem está começando a correr, eu argumento que, se correr fosse realmente ruim, não haveria uma legião de corredores por aí. Uma maratona não reuniria quarenta mil pessoas, com outras quarenta mil que ficaram de fora da prova. A questão é a transição de condicionamento físico, pois as primeiras semanas em geral são difíceis mesmo. Além do desconforto para conseguir correr por alguns minutos, o iniciante está saindo de uma zona de conforto em sua rotina. E tem também o modo encarar a corrida. Enquanto a corrida já faz parte do nosso estilo de vida, quem está se adaptando às mudanças ainda precisa fazer um esforço para “encaixar” os treinos.

Mas a boa notícia é que a corrida tem ganho mais do que perdido iniciantes. Afinal, já somos mais de seis milhões de “malucos” e não paramos de crescer. Aos poucos vamos mudando a pergunta: “por que você corre?” para “porque você não corre?”.

Eu arrisco a dizer que o maior medo de todo corredor é a lesão. Não poder fazer algo que tanto gostamos machuca mais do que a dor física. Ficar impedido de correr (para quem gosta tanto) é um sofrimento, uma provação. Ao longo de tantos anos correndo, já percebi a tristeza no olhar e no modo de falar quando o assunto é uma lesão. São coisas do tipo: “me lesionei…não posso correr…espero voltar logo…”. Aliás, existe uma estatística mostrando que pelo menos setenta por cento dos corredores, em algum momento, sofrerá uma lesão. Um dado que impressiona, sem dúvida. Mas deve ser educativo, a meu ver.

Depois de tanto tempo estudando e pensando sobre como ajudar quem tanto gosta de correr (assim como eu), eu decidi criar o blog e soltar o verbo. Quero aliar estudo à experiência. Porque eu me vejo em cada pessoa que passa correndo na rua, parque, esteira. E também me vejo em quem passa aquele olhar triste de quem não pode correr. Já passei por isso, mas me orgulho em dizer que foram pouquíssimas vezes. E, analisando os estudos, percebi que existe um caminho seguro para continuar correndo. Da mesma forma que há como correr sem critério e “ver no que vai dar”…

Renato Dutra é professor de educação física, assessor de corrida, Graduado pela USP (CREF911G-SP); Pós Graduado pela UNIFESP; Colunista VEJA (2007-2014); Comentarista de Triatlo SporTV 2007-2010; Diretor Técnico da maior assessoria do Brasil (Run & Fun) 2010-2015; Colunista Sport Life 2014-2017; Autor do livro Dieta dos Passos e Malhação para Adolescentes. Contato: [email protected]

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