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O Brasil no Pan: veja o resumo de ontem

COB - 21 de julho de 2007 - 07:40

“Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. O hino entoado pelo torcedor nas arquibancadas lotadas do Pavilhão 4A, no Complexo do Riocentro, deu bem a medida da emoção que tomou conta do ginásio reservado às disputas do judô no Rio 2007, nesta sexta-feira (dia 20). Por quatro vezes em um mesmo dia, judocas do Brasil subiram ao pódio. Duas delas, no lugar mais alto, aquele reservado aos campeões: Edinanci Silva e Tiago Camilo garantiram o ouro; Mayra Aguiar, a prata; e Luciano Corrêa, o bronze. Com os resultados, o País mantém o objetivo de garantir medalha nas 14 categorias em disputa – até agora, foram seis ao todo.

Mas, a sexta-feira não ficou marcada apenas pelas façanhas do judô. A natação continua escrevendo uma história de conquistas inéditas no Parque Aquático Maria Lenk, no Complexo Cidade dos Esportes. Thiago Pereira, por exemplo, ganhou sua quinta medalha de ouro, superando o recorde que pertencia a Fernando Scherer (atleta brasileiro que havia conquistado o maior número de ouros em uma única edição dos Jogos, quatro, em Winnipeg-99) e igualando a marca que pertencia ao lendário Mark Spitz (nadador com mais ouros, cinco, em uma edição, também em Winnipeg, mas em 1967).

Com os resultados desta sexta-feira (dia 20), a natação brasileira chegou à sua oitava medalha de ouro no Rio 2007 e também ultrapassou o recorde total de vitórias numa mesma edição dos Jogos, que havia sido estabelecido em Winnipeg-99 (sete). Coube também à modalidade a honra de conquistar a 200ª medalha de ouro do Brasil nos Jogos, a do 4x100m livre masculino.

A festa dourada do judô brasileiro começou com Tiago Camilo. Prata em Sydney-00 na categoria leve, o paulista, desta vez, conquistou o ouro na médio (até 90kg), uma acima da que compete normalmente, a meio-médio (-81kg). O resultado é ainda mais expressivo se for levado em conta o tempo total de suas lutas no Rio 2007. Ele gastou menos de dois minutos para superar seus adversários, somadas as três lutas. Na final, diante do cubano Jorge Benavides, precisou de apenas 31 segundos.

“Lutei com seis quilos abaixo do peso da categoria (pesou 84 kg no dia do combate). Era um desafio, mas o pessoal da comissão técnica acreditava que nesta categoria até 90 kg poderia ser mais bem sucedido”, explicou Camilo. “Elevar o judô brasileiro a este patamar não tem preço. É uma sensação maravilhosa”, completou Tiago, que, além do apoio da torcida, teve a presença da mãe e do irmão no Riocentro.

Edinanci Silva também brilhou no Rio 2007. O ouro na categoria meio-pesado (até 78kg) foi conquistado em cima da cubana Yurisel Laborde, a atual campeã mundial, com um ippon por imobilização. Ela foi responsável também por uma das mais rápidas vitórias do judô em Jogos Pan-americanos: nove segundos sobre a guatemalteca Mirla Nolberto, no primeiro confronto. Essa foi a terceira medalha da paraibana em Jogos Pan-americanas, depois do ouro em Santo Domingo-03 e do bronze em Winnipeg-99.

Emocionada, Edinanci chorou quando lembrou o acidente com o Airbus da TAM, em São Paulo. Ela dedicou o título aos parentes e amigos das vítimas. “É doloroso perder entes queridos desta maneira. Eu me coloco no lugar deles”, disse. Sobre o confronto final, admitiu as dificuldades diante da cubana. “Era um confronto de alto nível. A condição física dela é invejável. Mas queria muito esta medalha e felizmente estava num dia inspirado”.

Já a caçula da equipe brasileira de judô, a gaúcha Mayra Aguiar, conquistou a medalha de prata logo em sua estréia em Jogos Pan-americanos. Com apenas 15 anos, ela só não superou uma adversária na categoria médio (até 70kg), a norte-americana Ronda Rosey. Determinada, ela não se importa em deixar de lado as badalações comuns aos jovens da sua idade para se dedicar ao esporte. “O judô é a minha vida e sou feliz assim. Essa medalha me dá ainda mais ânimo para me preparar para as próximas competições”, disse Mayra, que dedicou o resultado à família, à torcida e à técnica Rosicléia Campos.

Para fechar a festa do judô nesta quarta-feira (dia 20), o brasiliense Luciano Corrêa conquistou o bronze na categoria meio-pesado (até 100kg), com a convincente vitória por ippon sobre o venezuelano Albenis Rosales na disputa do terceiro lugar. Embora discreto, o brasiliense não escondia a alegria com a medalha. “Foi um confronto duríssimo, mas o resultado positivo é fruto de um planejamento muito bem elaborado”, disse.

Na natação, mais um dia de Thiago Pereira: ele conquistou outros dois ouros e chegou à marca recorde de cinco em uma mesma edição dos Jogos. A primeira medalha foi nos 200m medley, com o tempo de 1m57s79 e direito a novo recorde pan-americano. Para conquistar a segunda, nem sequer precisou cair na água. Como havia nadado as eliminatórias, foi contemplado com a medalha conquistada pelo revezamento 4x100m livre. César Cielo, Eduardo Deboni, Fernando Silva e Nicolas Oliveira venceram a final com o tempo de 3m15s90, também novo recorde dos Jogos Pan-americanos.

Tão logo saiu da piscina, Thiago Pereira recebeu um abraço de Fernando Scherer. O ‘Xuxa’ disse ao novo ídolo da natação brasileira já acreditar que seu recorde seria batido. “Ele me disse que tinha aproveitado o último dia como recordista”, comentou Thiago, revelando que Scherer e Gustavo Borges foram responsáveis por ter decidido se dedicar à natação.

Nicolas Oliveira também estava feliz da vida, sobretudo por ter dado a volta por cima logo após terminar em quarto lugar na final dos 200m livre. Terceiro a cair na piscina no 4x100m livre, ele abriu caminho para a vitória ao deixar a equipe americana para trás quando passou a vez a César Cielo. “Na minha prova individual adotei uma tática diferente e paguei o preço. Tinha que dar tudo no revezamento, já que era minha última prova no Rio 2007. Deu tudo certo. Mesmo com a adrenalina absurda do revezamento, conquistamos a medalha”, festejou Nicolas.

Monique Ferreira ganhou a o bronze nos 200m livre e tornou-se a brasileira com o maior número de medalhas na natação em Jogos Pan-americanos: ela agora soma seis pódios, uma a mais do que sua companheira de equipe Tatiana Barbosa, que tem cinco. A nadadora carioca, contudo, não ficou de todo satisfeita. “Minha performance poderia ter sido melhor. Entrei em ritmo forte e fiz uma prova acelerada, mas fui um pouco lenta nas viradas”, disse Monique, que conquistou seu terceiro bronze no Rio 2007- as outras duas foram nos revezamentos 4x100 e 4x200 livre.

O vôlei de praia do Brasil já assegurou, no mínimo, uma medalha de prata. Juliana e Larissa garantiram classificação para a final feminina, ao derrotarem as mexicanas Mayra Garcia Lopez e Bibiana Candelas Ramirez por 2 a 0 (parciais de 21/12 e 21/13), na Arena de Copacabana. A final será neste sábado (dia 21), às 22 horas, diante das cubanas Dalixia Fernandez e Samara Larrea.

A dupla brasileira não vê o confronto com as cubanas como uma revanche do vôlei feminino de quadra. “Não temos qualquer sentimento de revanchismo. Enfrentaremos Cuba com a mesma vontade de vencer e espírito de decisão com que jogamos contra qualquer um”, disse Juliana.

A Seleção Brasileira masculina de handebol também garantiu vaga na final do Rio 2007, ao derrotar o Uruguai por 28 a 16 pela semifinal. A partida que define os ganhadores das medalhas de ouro e prata será neste domingo (dia 22), às 11 horas, no Pavilhão 3 do Complexo do Riocentro, contra a Argentina.

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