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Número de focos de calor cresce 18% em MS

Waldemar Gonçalves Jr. / Campo Grande News - 02 de agosto de 2004 - 08:21

Dados do satélite NOAA-12, do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), apontam aumento de 18,1% no número de focos de calor registrados em Mato Grosso do Sul nos sete primeiros meses deste ano em comparação a 2003. Foram 1.433 registros até agora, enquanto em igual período do ano anterior houve 1.213.
Mato Grosso do Sul e Rondônia são, juntos, os Estados com o quarto maior número de focos de calor registrado de janeiro até agora. As estatísticas extrapolam em Mato Grosso, onde as passagens do satélite apontam 25.626 focos de calor de 1º de janeiro a 29 de julho.
Depois aparece o Pará, com 3.390 registros, e Tocantins, com 1.492. No Acre, somente sete focos de calor foram registrados, o menor número no Brasil.
Os números mostram estabilidade na quantidade de queimadas em Mato Grosso do Sul nos últimos anos. Em 2000, foram 1.149 focos, chegando a 1.310 no ano seguinte, depois 1.961 há dois anos, quando o Estado fechou dezembro somando um acumulado de 12.903 focos de calor registrados, número que caiu para 4.253 no ano passado.
Este ano, em todo o Brasil foram contabilizados 40.929 focos de calor. Somente Mato Grosso corresponde por 62,6% deste total, enquanto em Mato Grosso do Sul o percentual é de 3,5%.
Para Márcio Yule, coordenador em Mato Grosso do Sul do PrevFogo – iniciativa do governo federal que integra ações governamentais e não-governamentais de combate a incêndios florestais – os números deste ano, apesar de apresentarem aumento de 18,1%, mostram uma situação tranqüila.
O período mais crítico até agora, segundo ele, foi nos três primeiros meses deste ano, em decorrência do clima seco. A partir de meados de abril, a situação foi novamente colocada sob controle.
A preocupação maior agora é com a chegada do mês de agosto, que costuma ser um período de maior seca, favorecendo o aumento do número de focos de calor.
A comparação com Mato Grosso, mesmo nos anos mais críticos, sempre coloca Mato Grosso do Sul em situação mais favorável, comenta Yule. Segundo ele, no Estado vizinho os agricultores ainda têm o hábito de usar o fogo em fronteiras agrícolas e na queima da madeira, procedimentos combatidos por aqui com maior amplitude a partir de 2000, quando foi implantado um comitê para monitoramento e conscientização.
O uso do fogo em Mato Grosso do Sul, explica Yule, é incentivado para ser feito de forma controlada, para reposição de pastagens, por exemplo. Há uma série de procedimentos, como a construção de aceiros – pequenas trilhas sem vegetação – para evitar que as chamas ganhem áreas fora daquelas onde se deseja fazer a queima.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) também ajuda neste trabalho, pesquisando alternativas para o uso dos produtores, diz Yule. São formadas brigadas de voluntários no interior, com objetivo de ampliar a rede de atendimento a queimadas de grandes proporções, como a ocorrida em 2001 na Serra da Bodoquena, em localidades de difícil acesso e distante de unidades com estrutura de combate a incêndios.
Outra preocupação é com as queimadas urbanas, principalmente em terrenos baldios. Há poucos dias, em apenas uma manhã, o Corpo de Bombeiros registrou dez incêndios deste tipo em Campo Grande. A atitude é condenada pelos órgãos ambientais.

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