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Geral

Número de cães e gatos abandonados tem aumento de 70% durante o verão

Veterinários e Ongs protetoras de animais alertam para a necessidade da castração

Marcela Baptista - 05 de fevereiro de 2014 - 14:51

São Paulo, janeiro de 2014 – Entre dezembro e março o número de animais, em especial cães, abandonados nas ruas das principais metrópoles aumenta até 70%. “Esse número pode ser ainda maior, se levarmos em consideração animais perambulando nas cidades sem que tenha sido efetivamente registrado um abandono. Basta um descuido e o animal de estimação pode escapar para sempre”, alerta Marco Ciampi, presidente da Arca Brasil, ONG protetora dos animais.

O fato pode estar ligado à época de festas, férias e verão, já que nesse período a circulação nas casas aumenta, portões são esquecidos abertos e pela distração o bichinho de estimação pode fugir. Foi o que aconteceu recentemente com Flavio Roberto de Souza, empresário e dono de um cão da raça Cocker, que fugiu deixando toda família em pânico. “Ele nunca saía de casa, nem demonstrava interesse em sair. Foi apenas o instante de retirar as compras do carro para ele desaparecer. Não sabemos se de fato ele foi levado ou se está perdido”, lamenta o empresário. O filho Guilherme, de 10 anos, está muito triste, e a busca pelo amigo já dura mais de quatro meses.

A situação abre precedentes para a discussão sobre uma questão muito importante - a superpopulação canina. No caso da família Souza, o cão não era castrado, o que aumenta as chances de ninhadas indesejadas.

Segundo Ciampi, cada cruzamento pode gerar seis ou mais filhotes. Ou seja, animais que podem repetir esse número se não forem castrados. “Estamos diante de um problema sério e que pede toda atenção”, alerta.

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) revela que o Brasil está entre os países com maior população de cães e gatos do planeta, ocupando o segundo lugar no ranking, com 55,5 milhões desses animais. Do total, 37,1 milhões são cachorros espalhados pelas cinco regiões brasileiras. Mas o fator mais preocupante para as autoridades é o elevado número de cães em estado de abandono.

Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a prefeitura, estimou que mais de 2,5 milhões de cachorros vivam sem socialização, representando um grande problema para a saúde pública da cidade.

Nesse sentido, pode-se afirmar que a castração é o principal aliado para conter a superpopulação de cachorros e evitar um colapso. “Ainda existem muitos mitos sobre castrar ou não castrar, mas eles precisam ser quebrados. A castração é o maior ato de amor para com os bichinhos. Afinal, o destino de ninhadas indesejadas fatalmente será o abandono”, afirma Adriana Sbano, protetora de animais, há mais de 20 anos.

O que muita gente não sabe é que, além da castração cirúrgica — que pode ser feita gratuitamente em centros de zoonoses, ou em consultórios particulares, a um valor que varia entre R$ 100 e R$ 400, dependendo do peso do animal — existe também a castração química. Esse método de esterilização torna-se ideal para políticas afirmativas, pois apresenta um melhor custo-benefício se comparado ao método cirúrgico convencional. Uma aplicação custa em torno de R$ 30, o que representa economia para as prefeituras, além de poder ser facilmente adotada em campanhas de vacinação, inclusive junto com as antirrábicas.

A partir dos três meses de vida os cães machos já podem receber o medicamento. Basta apenas uma única aplicação e entre uma e quatro semanas eles tornam-se estéril. “Trata-se de uma solução injetável cujo agente fundamental é o zinco, um mineral que altera as células que produzem os espermatozoides. O procedimento é indolor ao animal, conforme comprovado por estudos realizados pela USP e UNESP”, explica o médico veterinário Ricardo Lucas, do Laboratório Rhobifarma.

Outra grande vantagem da utilização dessa injeção é que o animal não passa por um pós-operatório - já que não se trata de um procedimento cirúrgico. Ao todo, mais de 40.000 animais, em 50 municípios de todo País já fizeram uso da esterilização química, com resultados de eficácia e segurança superiores a 99,7%.

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